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Comportamento

Ansiedade de segunda-feira é real e sintomas podem durar meses

Tensões musculares, dor de cabeça, no peito e irritabilidade logo no início da semana são alguns dos sinais

Por Natália Olliver | 10/11/2025 06:35
Ansiedade de segunda-feira é real e sintomas podem durar meses
Ansiedade de segunda-feira é real é sintomas podem durar meses (Foto: Inteligência artificial)

O domingo vai acabando e, de repente, o corpo parece perceber antes da mente. O coração acelera, o sono foge e a cabeça já começa a listar as tarefas da semana. Para muita gente a segunda-feira chega antes mesmo de colocar o despertador para tocar. A ciência confirma o que muitos sentem na pele: a chamada “ansiedade de segunda-feira” é real e pior, os sintomas podem não apenas durar semanas, mas meses.

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A chamada "ansiedade de segunda-feira" é um fenômeno real que afeta pessoas de diferentes idades, conforme confirmado por estudos científicos. Pesquisa realizada na Inglaterra com mais de 3.500 adultos revelou níveis de cortisol 23% mais elevados nas segundas-feiras entre indivíduos que relataram ansiedade neste dia. Segundo a psicóloga Isabela Romanini, os sintomas incluem tensão muscular, irritabilidade e dificuldade para dormir. O fenômeno não está necessariamente ligado à insatisfação profissional, mas pode indicar falta de transição adequada entre o descanso e a rotina, ou ausência de propósito nas atividades semanais.

A psicóloga comportamental Isabela Romanini explica que o domingo é um gatilho emocional já conhecido nos consultórios, embora ainda não exista um diagnóstico clínico formal.

“O cérebro antecipa o que vem pela frente. Mesmo que o fim de semana tenha sido tranquilo, quando o domingo termina, o sistema de alerta se ativa, preparando o corpo para lidar com demandas, prazos e responsabilidades”, afirma.

Essa antecipação gera sintomas físicos e emocionais, como tensão muscular, irritabilidade, dor de cabeça, dificuldade para dormir e a clássica sensação de aperto no peito. Segundo Isabela, o problema nem sempre está no trabalho em si.

“É um erro achar que só quem odeia o emprego sofre. Muitas vezes, o desconforto vem da falta de transição entre o descanso e a rotina, da sobrecarga mental ou da ausência de propósito na semana”, explica.

Um estudo publicado no Journal of Affective Disorders, na Inglaterra, reforça essa percepção. A pesquisa, realizada entre 2012 e 2013 com 3.511 adultos de 50 anos ou mais, mostrou que o nível de cortisol, hormônio do estresse, era 23% mais alto nas segundas-feiras entre os que relataram ansiedade nesse dia, em comparação com outros dias da semana.

O fenômeno ocorreu tanto entre trabalhadores quanto entre aposentados, o que indica que o problema vai além da volta ao expediente. Por aqui, Romanini observa no dia a dia que a ansiedade não tem idade. “Adolescentes sofrem com a volta às aulas e as pressões sociais, adultos enfrentam sobrecarga e falta de propósito, e até idosos podem sentir o peso da rotina”, afirma.

Mas, segundo a especialista, são os adultos em plena vida profissional que relatam os sintomas com mais intensidade, especialmente os que se cobram demais ou têm dificuldade de “desligar” do trabalho.

Ela acredita que é possível suavizar o impacto com pequenas mudanças. Transformar o domingo em um ritual de transição suave.

"Diminua os estímulos, evite adiantar tarefas e planeje algo prazeroso para a manhã de segunda, como um café gostoso, uma caminhada ou uma música que te coloque para cima, um banho relaxante". Isso ajuda o cérebro a associar o início da semana a algo positivo.

Quando a ansiedade se repete toda semana, o alerta deve soar mais alto. Se o desconforto é constante, talvez ele seja um sintoma de desalinhamento entre o que a pessoa faz e o que realmente valoriza. O corpo está avisando que algo precisa ser revisto.

É preciso também cuidar do sono no domingo, evitando telas e cafeína à noite, completa. Entre amigos, o tema pode até parecer piada, mas não é. Os sintomas são reais, tanto físicos quanto emocionais, e merecem atenção.  "O fenômeno é transversal, mas a forma e a intensidade da ansiedade variam conforme o momento de vida e o tipo de rotina da pessoa".

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