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Comportamento

Aos 63 anos, Ivanilson encara viagem de 4 mil km de bicicleta

Após parada em Campo Grande, ciclista planeja concluir percurso de um mês na sexta-feira, em Cuiabá

Por Clayton Neves | 09/09/2025 06:00

Campo Grande foi a mais recente parada de Ivanilson Gonçalves de Souza, 63 anos, o Nino, que atravessa o Brasil de bicicleta em mais uma cicloviagem que já soma quase 4 mil km. O destino final da jornada é Cuiabá, onde ele vai se encontrar com a esposa, Cláudia, para juntos retornarem a Limeira, cidade do interior de São Paulo, onde vivem.

RESUMO

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Aos 63 anos, Ivanilson Gonçalves de Souza, conhecido como Nino, pedala quase 4 mil km pelo Brasil. A jornada, que começou em Limeira (SP), passará por Cuiabá (MT), onde encontrará sua esposa, Cláudia, para retornarem juntos. Ex-jogador de futebol amador, Nino encontrou na bicicleta uma alternativa após cirurgia no joelho. Sua paixão pelo ciclismo começou com trajetos curtos, evoluindo para desafios maiores, como o Caminho da Fé e a rota atual, que inclui cidades como Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre e Campo Grande. Durante a viagem, ele enfrenta adversidades climáticas e se preocupa com a segurança, buscando acostamentos ou até mesmo o mato para evitar riscos. Além do esporte, Nino aproveita a jornada para conscientizar sobre doações para hospitais oncológicos e inspirar solidariedade. A esposa, Cláudia, oferece apoio constante, mesmo à distância, cuidando da logística e acompanhando seu percurso. Para Nino, o ciclismo é sinônimo de saúde, vitalidade e uma forma de se manter ativo, sem planos de aposentadoria da bike.

Ex-jogador amador de futebol, Ivanilson encontrou na bicicleta a saída para lidar com as limitações físicas após uma cirurgia no joelho. “A vontade era de ser jogador de futebol, mas depois da cirurgia eu tive de me aposentar. A bike supriu essa falta”, conta.

Natural do Paraná, Ivanilson começou pedalando distâncias curtas, mas logo foi fisgado pelo desafio das rodovias. Seu primeiro grande sonho foi o Caminho da Fé, entre Águas da Prata e Aparecida. “Dei um jeito de fazer o trajeto de Sertãozinho até Aparecida, deu uns 600 km. Aí eu peguei gosto e todo ano eu faço”, lembra.

Aos 63 anos, Ivanilson encara viagem de 4 mil km de bicicleta
Na estrada, Nino usa cores vibrantes para ser notado pelos motoristas. (Foto: Arquivo Pessoal)

Depois vieram percursos cada vez mais ousados. De Limeira a Paranavaí, no Paraná, em um total de 700 km. Depois de Limeira até Cuiabá, com 1.429 km, e, mais tarde, uma rota que passou por Barretos, Paranavaí, Campo Grande e novamente Cuiabá.

“Agora eu aumentei a dose. A idade vai aumentando e eu vou aumentando a quilometragem”, brinca.

A atual cicloviagem começou em 8 de agosto, em Limeira, e já soma 30 dias na estrada. O trajeto incluiu Itapetininga, Curitiba, Florianópolis, Balneário Camboriú, Porto Alegre, Santa Maria, Cascavel e Paranavaí. “De pedal mesmo serão 3.800 km, mas com os erros de cálculo, deve bater nos 4.000”, detalha.

Aos 63 anos, Ivanilson encara viagem de 4 mil km de bicicleta
Por onde passa, Ivanilson conhece pessoas e é acolhido por muita gente. (Foto: Arquivo Pessoal)

Segundo ele, a aventura tem seus perrengues. Nino encarou frio intenso em Curitiba, com temperaturas de 0°C e sensação térmica negativa. Em Santa Catarina, pedalou um dia inteiro sob chuva, frio e vento. “Quando monto na bike, respeito muito os limites. Se sinto que não tem acostamento, vou para o mato mesmo. Minha preocupação é segurança, em primeiro lugar”, garante.

A mochila que carrega pesa pouco mais de 6 kg e leva o essencial, dois jogos de roupas de ciclista, peças chamativas para garantir visibilidade, meião, blusas leves contra o frio, kit de higiene e ferramentas para pequenos reparos.

Para Ivanilson, cada viagem carrega motivações. Ele divulga projeto de conscientização sobre doação e apoio a hospitais oncológicos. “Não tenho um hospital específico, porque cada região tem o seu. O importante é despertar nas pessoas a vontade de ajudar. É uma forma de falar de solidariedade”, resume.

Aos 63 anos, Ivanilson encara viagem de 4 mil km de bicicleta
Em Campo Grande, ciclista foi recebido por amigos. (Foto: Juliano Almeida)

Além disso,  a cada quilômetro percorrido, a esposa Cláudia é presença constante, mesmo à distância. “Falo dela em todas as entrevistas. Ela tem medo da rodovia, mas é parceira, é quem arruma hotel, acompanha tudo. Sem ela eu não faria”, afirma.

Para Nino, o ciclismo vai além do esporte, se tornou um estilo de vida e forma de preservar a saúde e de se manter ativo. “A bike te dá todos os movimentos possíveis. Já li reportagens que falam que quem pedala constantemente pode evitar Alzheimer e Parkinson. Além disso, ajuda a mente, prepara o corpo. Para mim, hoje, a bicicleta é meu veículo”, afirma.

“Eu não penso em me aposentar da bike. Claro, pode ser que no futuro eu rode menos, em mais dias, mas por enquanto sigo firme e forte”, finaliza.

Aos 63 anos, Ivanilson encara viagem de 4 mil km de bicicleta
Uma das missões da viagem é conscientizar sobre a luta oncológica. (Foto: Arquivo Pessoal)

Na sexta-feira (12), ele deve chegar a Cuiabá e reencontrar Cláudia depois de semanas de estrada. Nos próximos dias, o cicloviajante terá descanso até a próxima viagem.

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