Após cirurgia, presente de Natal foi poder levar Maria Helena para casa
Com apenas 2 horas de vida, a recém nascida precisou passar por uma cirurgia por conta de um tumor no coração
Com apenas duas horas de vida, a recém nascida Maria Helena precisou passar por uma cirurgia de alta complexidade, por conta de um tumor no coração, diagnosticado ainda durante a gravidez da mãe, a médica veterinária Gabriele de Oliveira Ferreira, de 28 anos. Considerado um caso raro de medicina, o verdadeiro ‘milagre’ de Natal para a família foi a pequena receber a alta dois antes da celebração cristã.
Maria Helena nasceu no dia 13 de dezembro, de 36 semanas e 5 dias, passou por cirurgia cardíaca de peito aberto, três dias de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Neonatal e seis dias sendo monitorada pelos médicos no hospital. Gabriele só foi, de fato, conhecer a filha 15 horas após seu nascimento. “O maior desafio foi vê-la na UTI neonatal, e o medo de perdê-la, mesmo sendo positiva o tempo todo”, afirma a mãe.
Gabriele comenta que a gestação de Maria Helena foi tranquila, sem complicações e assistida por médicos. Ela relata que já tinha realizado as ultrassonografias morfológicas e até então estava tudo normal. Isso até chegar a 27º semana de gestação, quando no exame de ultrassonografia de acompanhamento obstétrico, descobriram uma alteração.
Ela, juntamente de sua filha, ficaram internadas no Hospital Cassems, em Campo Grande, do dia 13 de dezembro, data do nascimento de Maria Helena, até o dia 22, bem a tempo de passar o primeiro Natal da recém nascida em casa, em São Gabriel do Oeste, no interior do Estado.
“Estou extasiada, sou a pessoa mais feliz do mundo, não tenho palavras para agradecer a Deus, toda equipe médica e toda equipe que esteve conosco no Hospital da Cassems. Ela é o meu presente da vida toda, esse com certeza é o melhor natal da minha vida, com minha família reunida e nosso milagre conosco”, expressa a mãe.
O quadro de saúde, segundo explica a mãe, era de um teratoma pericárdico (uma massa) ao lado do coração que estava comprimindo o órgão da criança para o lado direito, mudando completamente a anatomia cardiológica.
Gabriele detalha que, já no momento do nascimento da filha, Maria Helena precisou ser amparada pelos médicos. Ela precisou realizar o exame de ecocardiograma e estabilização ainda na sala cirúrgica, após o nascimento, para ir diretamente para cirurgia.
“Fiquei sendo acompanhada todo esse tempo junto com a bebê, tinha acesso a UTI livremente para poder estar com ela. Desde a descoberta de tudo me mantive muito confiante e em oração, creio que Deus é nossa fortaleza e nossa fé nos faz enxergar milagres, mas confesso que tive medo algumas vezes, fiquei aflita”, compartilha Gabriele.
O momento também foi de muita apreensão e tensão para o avô da criança, o radialista Cícero da Silva, de 53 anos, que também acompanhou a filha até o hospital. Ele compartilha que chegou a temer, tanto pela vida da filha, quanto da neta, mas hoje comemora poder passar o primeiro Natal junto com o mais novo membro da família.
“Estamos muito felizes. Nossa família agradece dia e noite pela equipe maravilhosa que nos atendeu. Ainda estamos apreensivos, pois pela gravidade do caso, ainda requer cuidados e os médicos ainda estão acompanhando”, diz.
Parte da equipe que atendeu a família, Guilherme Viotto, que é médico cirurgião cardíaco pediátrico, e chefe do serviço de cirurgia cardíaca pediátrica do Hospital Cassems de Campo Grande, explica que Maria Helena nasceu com suspeitas de um tumor cardíaco, uma condição rara de saúde.
Ele comenta que acompanha Gabriele desde a gestação, e a atenção foi redobrada após a suspeita do diagnóstico, ainda na barriga da mãe. Por conta da gravidade e complexidade do quadro de saúde do bebê, o parto precisou ser agendado para ocorrer algumas semanas antes, em uma sala preparada e equipada, com uma equipe médica extra, para atender a todas as necessidades e eventuais complicações que poderiam ocorrer durante a cesariana.
O motivo de precisar fazer o parto antes do esperado, é porque esse tipo de tumor, conforme explica o médico, cresce muito rápido e pode comprimir o coração ou estruturas adjacentes, como a artéria aorta e a artéria pulmonar, logo que a criança nasce. “Essa compressão pode ser tão grande que pode levar o bebê a um colapso cardíaco, uma parada cardíaca logo depois do nascimento”, completa.
Maria Helena nasceu no período da manhã, estável, e sem complicações, apesar do parto ter sido considerado de alto risco. Logo após o nascimento, já nas primeira horas de vida, a bebê foi submetida a uma série de exames cardíacos, que confirmaram o diagnóstico do tumor no coração.
“Com apenas duas horas de vida, Maria Helena passou por uma cirurgia de extrema complexidade, para a ressecção de um tumor gigantesco que ocupava a maior parte do tórax anterior e à esquerda. O tumor desviava o coração todo para o lado direito”, explica Guilherme.
Com a cirurgia bem sucedida, a bebê ficou internada para recuperação, e recebeu alta nesta segunda-feira (22).
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