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Comportamento

Campo Grande perde Seu Nelson, personagem eterno do "Copo Sujo"

Localizado no Monte Líbano, estabelecimento era ponto de encontro de médicos, políticos e empresários

Por Clara Farias e Gabi Cenciarelli | 15/12/2025 16:00
Campo Grande perde Seu Nelson, personagem eterno do "Copo Sujo"
Nelson Hokama morreu nesta segunda-feira (15), em Campo Grande (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Nelson Hokama, 76 anos, figura conhecida e querida pelos frequentadores do bar Copo Sujo, no bairro Sol Nascente, na região do Monte Líbano, em Campo Grande, morreu na madrugada desta segunda-feira (15). Conhecido como “Nelsinho”, ele estava internado desde a semana passada e faleceu após uma parada cardíaca.

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Nelson Hokama, proprietário do tradicional bar Copo Sujo, em Campo Grande, faleceu aos 76 anos na madrugada desta segunda-feira (15), após uma parada cardíaca. Ele estava internado desde a semana passada devido a problemas respiratórios. O estabelecimento, localizado no Bairro Sol Nascente, região do Monte Líbano, iniciou como Mercearia Gisele nos anos 1980 e se transformou em um dos pontos de encontro mais queridos da capital, frequentado por advogados, médicos e políticos. O futuro do bar, conhecido por seu ambiente simples e acolhedor, ainda é incerto após a morte de seu proprietário.

Segundo a filha, Gisele Hokama, de 46 anos, Nelson começou a passar mal na segunda-feira da semana passada, com falta de ar, e foi levado às pressas ao hospital. “Lá mesmo ele já ficou internado, em estado grave, entubado. Desde então ficou assim, até hoje de madrugada, por volta das quatro e pouco”, relatou.

O bar Copo Sujo se tornou um dos pontos tradicionais da Capital pela convivência. Mesas largas de madeira encaixada, cadeiras antigas, fogões reaproveitados e um ambiente simples marcaram o local por décadas. Em reportagem publicada pelo Campo Grande News em 2012, seu Nelson brincava que no bar “só comprei os copos”.

Antes de se transformar em bar, o espaço funcionava como a Mercearia Gisele, aberta por Nelson na década de 1980, após anos trabalhando como vendedor do Café Rincão. O nome da mercearia foi escolhido como homenagem à filha, que hoje contou emocionada sobre a história do pai.

Campo Grande perde Seu Nelson, personagem eterno do "Copo Sujo"
Fachada do "Copo Sujo", fechado após luto (Foto: Paulo Francis)
Campo Grande perde Seu Nelson, personagem eterno do "Copo Sujo"
Clientes sentados na área interna do bar (Foto: Campo Grande News/Arquivo)

Com a construção de um supermercado ao lado, a mercearia perdeu movimento e o local passou a funcionar apenas como bar e se consolidou como ponto de encontro de advogados, médicos, empresários, políticos e moradores da região.

Mesmo aos 76 anos, Nelson seguia trabalhando diariamente. “A vida dele era o bar. De dia, de noite, ele estava aqui”, contou a filha. Ele deixa quatro filhos e sete netos. Sobre o futuro do Copo Sujo, a família ainda não tomou uma decisão. “Não pensamos nisso ainda. Meu pai sempre tocou o bar junto com meu tio, o irmão mais velho dele. Agora a gente não sabe o que vai ser feito”, disse Gisele.

Frequentadores antigos lembram do clima acolhedor e da personalidade de Nelson. “Era um japonês engraçado, divertido. Todo mundo tinha conta anotada no caderninho. No fim da tarde, o pessoal se juntava para jogar bozó e tomar cerveja. Sempre estava cheio”, recorda Ronaldo Kousurian Ribeiro, 57 anos.

O deputado estadual Paulo Duarte (PSB), frequentador assíduo do Copo Sujo, lembra de Nelson Hokama como uma das figuras emblemáticas da boemia tradicional de Campo Grande.

“Era um bar raiz, daqueles que só têm cerveja. Um dos últimos desse tipo na cidade”, afirmou. Ele relata que esteve no bar há duas semanas e seu Nelson estava do mesmo jeito de sempre: com uma caneta na orelha e com a palavra cruzada na mão.

Para o deputado, a morte de seu Nelson representa a perda de um pedaço da história da cidade. “Com ele vai uma parte da história dos botecos de Campo Grande. Era uma figura muito querida, um grande amigo. A atração do Copo Sujo sempre foi o Nelson e o Maurício [irmão do Nelson]”, disse.

O velório acontecerá nesta terça-feira (16), no Cemitério Memorial Park, na Rua Francisco dos Anjos, 442, a partir de 7h. O sepultamento será às 16h30 no mesmo local.

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