Ciro dá aula circense em escola com direito a futebol de perna de pau
Ele já fez arte de todo tipo, mas foi o circo que ganhou o seu coração e hoje ele ensina técnica para crianças

Se equilibrar em cima de uma perna de pau já é difícil, agora imagina jogar futebol? É isso que Ciro Ferreira ensina há 15 anos para as crianças. O professor já fez arte até na rua, mas foi no universo circense, dentro das escolas, que encontrou sua verdadeira paixão. Aos 56 anos, o artista mostra aos alunos não só como andar com elas, mas como ser o circo todo, usando malabares, argolas e tecidos acrobáticos.
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Ciro Ferreira, artista e professor de 56 anos, encontrou sua verdadeira vocação no universo circense após experiências com teatro de rua e artes cênicas. Formado pela UEMS, ele ministra aulas de malabares, argolas e tecido acrobático para crianças e adolescentes em Campo Grande e outras cidades de Mato Grosso do Sul. Com décadas de experiência, Ciro atua em projetos sociais e instituições educacionais, como a ONG Casa Meimei e o Colégio Bionatus. Para ele, o circo transcende as acrobacias, contribuindo para o desenvolvimento afetivo, social e moral dos alunos, além de promover o trabalho em grupo e estimular a criatividade.
Ao Lado B, ele explica que a um dos motivos de ensinar arte circense é fazer as crianças enxergarem a coletividade. A atividade não tem idade limite, mas que é seguro começar a partir dos 5 anos.
O primeiro passo é familiarizar os alunos com a altura. Para isso, ele abandona a técnica por um tempo e faz a coisa parecer natural. Depois, vai acrescentando os fundamentos aos poucos. Durante todas as aulas, alunos monitores acompanham as crianças para evitar quedas.
"Em campo grande não é tao comum. Eu ensino de forma mais empírica, faço de um jeito mais simples, tranquilo. Eu deixo mais natural pra eles perderem o medo. Eles todas os itens circenses juntos, mas o favorito acaba sendo a perna de pau".
Para aumentar o nível ele fará um campeonato de futebol de perna de pau neste mês no Colégio Bionatus. O objetivo é reunir 4 equipes. Ao todo, ele dá aula para 30 alunos.
"Tem gente que começou há um ano, tem gente que faz 2 meses". É O caso do Bernardo que começou a andar com as pernas de pau desde os 5 e hoje quase corre com elas pela quadra. Tímido ele conta apenas que gosta da atividade.
Formado em Artes Cênicas pela UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), Ciro começou no teatro ainda jovem. A arte entrou em sua vida muito antes do diploma e o levou a diferentes palcos e espaços. Mas foi quando um colega o apresentou à perna de pau e aos malabares que ele se encantou de vez pelo circo.
Sem registros de si mesmo durante a prática circense, o professor acredita que a profissão vai muito além das acrobacias e da diversão. Por mais que pareça ser uma arte individual, o circo trabalha a coletividade.
“Faço teatro há muito tempo, desde jovem. Sempre estive ligado à educação e à área social. Trabalhei nos CRAS (Centros de Referência de Assistência Social) de Campo Grande, em ONGs no Aero Rancho e, atualmente, trabalho na ONG Casa Meimei e no Colégio. Sempre ministrando cursos circenses. Também já trabalhei no interior, em algumas cidades como Naviraí e Ivinhema.”
Na escola onde dá aula circense, Ciro vê de perto o encantamento das crianças que participam das atividades. A adrenalina de cada novo desafio, o equilíbrio conquistado no tambor, o domínio do monociclo, a delicadeza no tecido acrobático e o ritmo dos malabares despertam nelas algo que vai além da coordenação motora, segundo ele.
“Acredito que o circo contribui para o desenvolvimento afetivo, social e moral, para o trabalho em grupo e até na contação de histórias. A crianças gostam de um desafio”, explica.

Mesmo sendo gago, Ciro sempre trabalhou com a voz e usou o teatro como ferramenta. A convivência com outros artistas e educadores ajudou a desenvolver técnicas e confiança. Essa foi uma virada decisiva para unir duas paixões: a arte e a educação.
Hoje, depois de décadas de experiência e incontáveis histórias, ele continua acreditando que o circo é mais do que espetáculo. É espaço de acolhimento, aprendizado e troca. “Existe a paixão e existe a profissão. O bom é quando a gente consegue unir os dois lados e viver do que gosta”.
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