Feita pelas mãos de Sueli, boneca foi parar até em museu na Inglaterra
A ‘terapia’ de enfermeira é confeccionar bonecas nas horas livres em ateliê cheio de encantos
Ao adentrar a casa da enfermeira Sueli Oliveira da Silva, de 59 anos, é possível observar diversas bonecas graciosas penduradas por toda parte, enfeitando seu pequeno ateliê. A cena é digna dos ‘sonhos’ de qualquer pessoa que seja apaixonada por vestidos floridos, rendados e cabelos longos, enrolados ou não.
Cuidadosamente colocada no canto da mesa, a ‘estrela’ do ateliê, a boneca Florence, chama atenção pela riqueza de detalhes, desde o vestido azul escuro, até os saiotes, reverenciando as características da moda feminina dos anos 1930.
A personagem confeccionada pelas mãos de Sueli existiu na vida real e se trata da enfermeira Florence Nightingale, que atuou durante a Segunda Guerra Mundial, e desempenhou um papel importante na profissão, ao se tornar a fundadora da enfermagem moderna.
A personagem ganhou destaque ao servir como chefe e treinadora de enfermeiras durante a Guerra da Crimeia, na qual organizou o atendimento aos soldados feridos, e, atualmente, uma das 24 releituras feitas por Sueli foi parar no Florence Nightingale Museum, na Inglaterra.
Sueli, que confecciona bonecas de pano há nove anos, conta que começou a produzir a releitura após uma amiga enfermeira lhe pedir uma boneca que fizesse referência à profissão. “Ela não me deu um modelo, pediu para eu criar. Aí eu me lembrei da Florence, da época da guerra”, relata.
Sobre a história de como a boneca foi parar na Europa, Sueli explica que sua amiga apareceu em uma entrevista, e a boneca estava ao fundo. Na ocasião, outra amiga, que mora em Londres, viu a boneca e perguntou quem a havia feito.
“Nisso, ela veio para o Brasil, conversamos e eu fiz uma boneca para ela. No fim, ela comprou quatro bonecas dessa, e uma foi doada para o museu”, conta Sueli.
A amiga enfermeira também foi convidada pelo museu para participar de um documentário sobre Florence, gravado remotamente com a participação de representantes de dez países, pouco antes da pandemia. Sueli foi a única brasileira a integrar o projeto.
Sueli conta que começou a confeccionar bonecas após visitar o ateliê da artesã Luciana Barros para encomendar um presente para sua sobrinha e se apaixonar pelas criações dela. A ideia surgiu porque ela queria um presente diferente, que fugisse das tradicionais bonecas encontradas nas lojas de brinquedos.
“No dia em que fui buscar a boneca, fiquei encantada com a casa dela, porque não era só uma sala, era uma casa inteira de bonecas. Então resolvi perguntar como fazia para aprender a criar todas aquelas bonecas. Ela perguntou se eu sabia costurar, respondi que sim, e aí ela disse: ‘então está ótimo, pode vir aqui’. E assim eu comecei”, relembra Sueli.
Desde então, a enfermeira compartilha que, pelo menos uma vez por semana, se encontra com Luciana para trocar ideias, costurar e aprender juntas. “Ela é minha professora, minha terapeuta, e a gente vai criando e montando juntas”, destaca.
Em seu ateliê, Sueli tem três máquinas de costura, que mostram como ela foi evoluindo de uma costura simples, para um trabalho mais elaborado no decorrer dos anos. Além disso, o local conta com caixas e mais caixas de moldes, guipure, tecidos e linhas variadas.
A costura criativa, assim como a confecção das bonecas, é como uma ‘terapia’ para Sueli, que ainda trabalha como enfermeira. Além das bonecas, ela faz bolsas de academia, bolsas de praia, porta calcinha/cuecas, puxadores de saco, pesos de porta, panos de prato, decorações natalinas dentre outros.
No caso das bonecas, Sueli reproduz releituras, então é possível enviar uma foto da pessoa, por exemplo, e solicitar que ela tenha as mesmas características físicas e roupas.
O valor dos produtos varia de acordo com o tamanho, tecido e complexidade das confecções. Sueli aceita encomendas pelo telefone (67) 98126-3507.
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