Para sustentar família, pai começou a vender pão com receita "secreta"

Há 5 anos, Edivandro Lima, de 40 anos, sai de casa diariamente com 50 pães caseiros dentro do carro e só volta quando todos já foram vendidos. Sustento da família, os pães precisaram até de receita “secreta” feito pelo morador do Bairro Santo Antônio para garantir o sucesso de vendas no semáforo.

Quando as 17h chegam, entre segunda-feira e sábado, a esquina da Avenida Manoel Ferreira com Júlio de Castilho ganha o vendedor como mais um personagem. Técnico em Enfermagem de formação, Edivandro acabou escolhendo a produção dos pães como trabalho por envolver a família.

Contando sobre como se tornou vendedor em semáforo, Edivandro explica que sua relação com os pães foi reforçada quando mais precisou. “Minha esposa fazia pães para vender em Guia Lopes, mas quando viemos para Campo Grande ela sofreu um acidente. Nós passamos por um tempo bem complicado”.

Como o vendedor detalha, a esposa, Fabianna, também é técnica em Enfermagem e o acidente aconteceu durante seu expediente. Devido às sequelas, ela precisou se afastar do trabalho e Edivandro se viu investindo nos pães.

“Eu criei minha receita, meu jeito de fazer para ter um sabor diferente e deu certo. Hoje, minha esposa me ajuda com os pães na hora da produção e um dos meus filhos vende comigo de casa em casa”, diz Edivandro.

Apesar dos caminhos difíceis que levaram o vendedor até a venda nas ruas, ele conta que o retorno tem sido positivo desde que conquistou a confiança das pessoas. “Quando a gente chegou aqui, ninguém nos conhecia, então era mais difícil. Hoje eu tenho meus clientes até fixos, tem gente que leva cinco pães de uma vez”.

E o sucesso dos pães é real, tanto que para garantir a unidade do dia é necessário se atentar a quando o vendedor chega ao ponto. Geralmente, os 50 pães são vendidos em duas horas, principalmente no início do mês.

Por isso, costuma ser possível encontrar Edivandro próximo ao semáforo até as 19h. Algo diferente acontece quando ele não vende tudo até esse horário, assim segue por mais tempo.

“Eu faço os pães todos os dias, então só vou embora quando vendo tudo para não ficar nada para o dia seguinte. Faço eles em três fornos de fogão normal, dá um trabalho a mais, mas dá certo porque não tenho aquele forno adequado. Mesmo assim, dá certo”, completa Edivandro.

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