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Comportamento

Traquinagens de macaco-prego enlouquecem vizinhos no bairro Chácara dos Poderes

Paula Maciulevicius | 16/05/2012 21:55
Eis a "figurinha difícil" da família de Rosedal. Leva o que vê na frente e se mostra assanhado para as moças da casa. (Foto: Arquivo pessoal)
Eis a "figurinha difícil" da família de Rosedal. Leva o que vê na frente e se mostra assanhado para as moças da casa. (Foto: Arquivo pessoal)

Há 20 dias um macaco prego tem dado muito trabalho a moradores da região do Parque dos Poderes, em Campo Grande. São ao menos seis casas que ele não só visita diariamente, como “pega” o que vê pela frente.

Da tigela da ração a água dos cachorros, de fios da TV a cabo à carne que a empregada deixa para descongelar, nada passa despercebido pelo macaco que acaba por levar tudo para o telhado. Até a mamadeira da criança mais nova da família já foi “sequestrada” pelo bichinho.

“No começo a gente achava uma gracinha. Ele deitava em cima do muro, como se fosse de casa. Até começar a aprontar”, conta a aposentada Rosedal de Freitas Xavier, 71 anos.

O macaco não apenas leva o que vê para o telhado, como também se mostra muito assanhado. Lá de cima, a família conta que o bicho não pode ver mulher que já quer se mostrar “ativo”, mesmo não se tratando de uma fêmea da mesma espécie.

Dona Rosedal conta das peripécias do bichinho. “No começo a gente achava uma gracinha. Até começar a aprontar”. (Foto: Minamar Júnior)
Dona Rosedal conta das peripécias do bichinho. “No começo a gente achava uma gracinha. Até começar a aprontar”. (Foto: Minamar Júnior)
Para o Lado B o macaco não deu a mínima. (Foto: Minamar Júnior)
Para o Lado B o macaco não deu a mínima. (Foto: Minamar Júnior)

“Mas é gente mesmo, só falta falar. Já passamos dois dias fechados dentro de casa, porque se ele entra, faz o maior estrago”, comenta a aposentada.

A família percebeu a presença do animal ao ouvir constantemente o barulho de alarme. O macaco parece sentimental, dona Rosedal conta que se ninguém dá bola, ele faz o que pode para ter atenção. “Ele gruda na grade e fica fazendo barulho até alguém olhar”.

Por sorte da família, à noite o bicho dá um descanso. Deve dormir para recuperar as energias e azucrinar durante o dia todo. “Graças a Deus a noite ele fica quieto. Ele tem tirado até as telhas, acho que é porque de noite e com chuva e frio, ele deve se esconder”, comenta Rosedal.

Um dos membros da família foi até o Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) e na terceira vez foi atendido por uma veterinária, que lhe cedeu uma armadilha. Ilusão para os moradores. O bicho sequer deu moral e segundo relatos da vizinhança, nem se uma penca de bananas for colocada ali consegue prender o animal.

“Ninguém vem para buscar, só disseram para não dar comida e que ele já está no seu habitat natural. Mas o habitat dele tinha que ser o meu telhado?” questiona em tom de brincadeira o filho de dona Rosedal.

Na casa, o macaco prego não tem nome, nem apelido. “Sabe quando você está bravo, vai brigar e chama pelo nome inteiro? Então é assim, aqui é só o macaco”, enfatiza.

Bicho brinca de esconde-esconde com os "donos", na casa que agora, parece ser dele. (Foto: Arquivo Pessoal)
Bicho brinca de esconde-esconde com os "donos", na casa que agora, parece ser dele. (Foto: Arquivo Pessoal)

O macaco continua pelas casas, de telha em telha e os vizinhos é que precisam tomar cuidado. A Polícia Militar Ambiental, segundo a família de Rosedal, já informou que não há estrutura para “caça” e que só viria até o local se o macaco tivesse caído na armadilha. O que parece estar longe de acontecer.

Enquanto o Lado B esteve na casa, ele ficou tímido. Não deu às caras para a câmera e ou fez graça com a equipe de repórter e fotógrafo. Bem ao contrário do que ele faz para os “donos”. Até pose de esconde-esconde o bichinho faz.

“É uma figurinha difícil”, define Rosedal. Das peripécias do macaco ela conta rindo e fala “mais é engraçado mesmo, vou fazer o que”.

Segundo a PMA (Polícia Militar Ambiental), a instrução é para que a população não alimente os bichinhos. “Ali tem macaco sim, não tem como tirar os animais da área de floresta, tem as reservas, matas remanescentes. A população precisa aprender a conviver e não deve alimentar, porque se não é ali que ele vai ficar”, explica o major Ednilson Queiroz.

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