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Consumo

Amanda também foi pra rua saber o que o campo-grandense acha brega

Será que o campo-grandense sabe o que é brega? Teve gente que elegeu modelo de calça como item 'odiado'

Por Natália Olliver | 15/05/2025 06:44

O que é brega pra você? A pergunta parece simples, mas mexe com a autoestima e o guarda-roupa de muita gente. Inspirada nos vídeos que rodam as redes sociais sobre o visual e look das pessoas em festas, cansada de ouvir que roupas de brechó são fora de moda, Amanda Borsoi, de 30 anos, resolveu sair às ruas de Campo Grande perguntando o que, de fato, as pessoas consideram brega. As respostas foram unânimes: calça saruel.

Quem viveu os anos de 2007 a 2010 com certeza viu ou usou a tão temida calça. Ela chegou no Brasil depois de ser tendência internacional e pelo estilo streetwear. A peça foi adaptada por estilistas brasileiros e ganhou espaço entre artistas, dançarinos de hip hop e funk, e  também caiu no gosto das pessoas que buscavam um visual alternativo, despojado e confortável.

O problema é que o uso foi longe demais porque  até os homens nas academias passaram a usar elas nas mais diversas estampas e as mulheres ficaram encantadas com versatilidade em looks  no dia a dia. Hoje isso é motivo de vergonha para muitos.

Além da famosa calça saruel, no Shopping Campo Grande as respostas do que as pessoas acham brega passaram por polainas, que já tiveram seu momento nos anos 80, e as sapatilhas, que também são sinônimo de ultrapassado.

O que há pouco tempo atrás era visto como bonito, hoje já não é. As calças muito rasgadas já perderam o charme e deixaram de ser consideradas algo legal de vestir, caindo no que os entrevistados classificaram como brega. Até as calças skinnys entraram para a lista do que “nunca usar”.

Amanda também foi pra rua saber o que o campo-grandense acha brega
Jovem feito por IA veste a temida calça saruel na Avenida Afonso Pena (Foto: Reprodução)

“A calça saruel foi um surto coletivo. A ideia é fazer em vários grupos diferentes pra ver o que cada nicho acha brega. Eu tenho um brechó, e atendendo as clientes vi que brega é muito relativo porque varia muito. Eu acho engraçado isso, uma cliente vem e ama uma peça que outra acabou de ver e odiar. Aí com os vídeos tento documentar isso que eu vivo no dia a dia”, conta Amanda.

Outras peças classificadas como brega foram as roupas com franja, estampas de bichos, calça legging e a calça que imita jeans. Houve até quem ache os famosinhos croppeds brega. Os suspensórios também não foram perdoados.

“Tenho o brechó há 3 anos, comecei online e promovendo eventos de brechó no meu quintal, organizei durante 2 anos o Garimpasso, que era uma feira de brechós da cidade, acho que a primeira com essa pegada mais jovem. Fiz arquitetura durante 5 anos, mas não cheguei a entregar o TCC, pois já sabia que não queria atuar na área. Eu me encontrei trabalhando com isso, algo que me divirto fazendo, acredito que minhas clientes conseguem sentir isso”, explica.

No dia a dia, Amanda já ouviu vários absurdos como: roupa vintage é roupa de morto, que brechó vende roupa ultrapassada e que a roupa carrega energia do antigo dono. Para ela, tudo isso não passa de misticismo e preconceito.

“Essas são as de praxe, mas o que mais rola é quando a gente posta alguma peça e as clientes perguntam se tem outra cor ou tamanho da mesma peça, pela falta de costume de comprar em brechó, eu acho, porque as peças são uma de cada sempre.”

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