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Diversão

Escultor que fez Índia do Mercadão e Papa cria tereré gigante na Duque de Caxias

Elverson Cardozo | 29/12/2014 06:12
Obra fica na Avenida Duque de Caxias, no mirante do Aeroporto Internacional de Campo Grande. (Foto: Marcos Ermínio)
Obra fica na Avenida Duque de Caxias, no mirante do Aeroporto Internacional de Campo Grande. (Foto: Marcos Ermínio)

Escultor há 20 anos, o campo-grandensse Anor Pereira Mendes, 62, mais conhecido como Anor Mendes, tem obras espalhadas por toda a cidade. O Cavaleiro Gaicucu, no Parque das Nações Indígenas, é dele, assim como o Papa, da praça do Lar do Trabalhador, e a Índia, que fica em frente ao Mercadão Municipal.

Agora, o artista comemora o sucesso de mais um trabalho. Neste sábado (27), uma guampa de teréré gigante foi instalada na Avenida Duque de Caxias, no mirante do Aeroporto Internacional, onde muita gente se reúne para ver pousos e decolagens das aeronaves e aproveita para tomar a bebida mais tradicional do Estado.

A escultura pesa 300 quilos e tem pelo menos 6 metros de altura. Foi feita em cima de uma armação de ferro e finalizada com massa plástica de resina de poliéster com areia. Os detalhes são em cromado. Anor concluiu tudo em apenas um mês.

“Eu fiz a guampa em formato de chifre para mostrar aos turistas que é assim mesmo, do jeito que os pantaneiros usam”. Apaixonado pela terra onde mora, o artista se diz feliz com o reconhecimento, mas teme o vandalismo. “Espero que o pessoal tenha piedade do meu trabalho”, diz.

Guampa foi feita em cima de estrutura de ferro. (Foto: Arquivo Pessoal)
Guampa foi feita em cima de estrutura de ferro. (Foto: Arquivo Pessoal)
Cobertura foi de massa plástica de resina de poliéster com areia. (Foto: Arquivo Pessoal)
Cobertura foi de massa plástica de resina de poliéster com areia. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Essa obra, para mim, é a menina dos olhos nesse final de ano. Foi um sonho meu. As outras foram ideias que eu assumi e fiz. A guampa é nossa tradição, nosso costume”, comenta. Bem humorado, ele brinca que, logo que largou a mamadeira, se atracou no tereré. “É nossa reidratação. A cerveja não dá conta”, completa.

O trabalho custou, segundo ele, cerca de R$ 20 mil. O dinheiro veio do FIC (Fundo de Investimentos Culturais), da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul), que financiou outros dois trabalhos: a escultura de uma artesã na Praça dos Imigrantes, no Centro, e um garimpeiro em Corguinho, a 88 quilômetros de Campo Grande. No total, Anor afirma ter recebido cerca de R$ 60 mil.

Em Campo Grande, o escultor também assina um ícone maçônico na Saída de São Paulo. No interior do Estado, tem, ainda, obras em Bela Vista (um peão boiadeiro) e em São Gabriel do Oeste (um anjo Gabriel).

Nascido em Terenos, criado em Aquidauana e vivendo em Campo Grande há 35 anos, Anor Mendes tornou-se escultor depois de uma carreira de quase 30 anos como serígrafo. É autodidata. “Devo ter aprendido em outras vidas. Descobri que tinha jeito e fui”, revela.

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