Barraca do Gordo guarda 40 anos de espeto e amor familiar pelas feiras
Em feiras da cidade, família vende, sobá, espetos, yakisoba, cachorro-quente, salgados e até dobradinha
Nas feiras do Rita Vieira, Nova Bahia e Piratininga, a 'Barraca do Gordo' é uma das mais movimentadas e também, a que carrega na essência uma história que atravessa gerações.
Com 40 anos de trabalho no ramo, a família começou na antiga Feira Central, em uma época onde as bancas ainda eram montadas na rua, antes da mudança para o prédio próprio onde funciona atualmente. Depois de quatro décadas, o negócio se tornou referência servindo comida boa.
O nome que batiza a barraca vem do dono, Marco Dionei, o “Gordo”, de 47 anos. Feirante desde os 14 anos, ele começou ajudando na venda de hortaliças.

"Trabalhei com a Maria Batatinha, uma japonesa que vendia verduras. Depois fui para a barraca de espeto do meu irmão e aprendi a fazer de tudo. Na pandemia, abri minha própria barraca e deu certo", lembra.
O negócio começou com a experiência de quem cresceu no ambiente das feiras. Hoje, a Barra a do Gordo vendo de tudo. Tem pastel, sobá, espetos, yakisoba, cachorro-quente, salgados e até dobradinha.
"Eu acompanho de perto todos os processos, até a massa da coxinha e o macarrão sou eu quem faço", faz questão de dizer.
A pandemia foi um divisor de águas para a família. Enquanto muitos fecharam as portas, Dionei e a esposa, Mara Silva, de 51 anos, decidiram investir, mesmo que isso representasse um risco na época.
“A gente cresceu na pandemia. E por conta disso nunca investimos para nós, sempre foi para melhorar as coisas. Ter uma barraca melhor, som ao vivo, estrutura. Nunca pensamos em comprar sítio ou carro. Fomos investindo aqui”, diz Mara, que é a caixa da barraca e acompanha a rotina de trabalho há 22 anos.
A equipe é quase toda da família. Tem irmãos, esposa e sobrinhos. A irmã, Sandra de Oliveira, de 49 anos, é quem coordena a cozinha. “Nós somos da gastronomia. Aqui eu cuido da parte do pastel, yakisoba, sobá. Na minha área, os mais pedidos são o pastel de carne com queijo e o sobá tradicional”, conta.
Segundo ela, a relação com a feira é antiga e carregada de memórias afetivas. “Nossa mãe trabalhou mais de 40 anos na feira, se aposentou agora, com 66 anos. A gente cresceu na feira, eu mesma trabalhei desde os 15 anos", lembra.
"Meus quatro filhos também cresceram aqui, trabalharam com a gente e hoje estão encaminhados, fazendo faculdade, trabalhando no comércio. Tudo isso pudemos fazer construir com dinheiro da feira. Para nós tudo isso é uma grande conquista e orgulho”, acrescenta.
Apesar de satisfatória, ela conta que a rotina de montar e desmontar barraca toda semana não é fácil. A logística é puxada e influenciada por fatores como calor, chuva e frio. Ainda assim, ninguém reclama.
“Às vezes é sofrido, mas é um dinheiro que tem retorno. Criamos nossas famílias com isso”, diz Sandra. O irmão, Gordo, completa. “Enquanto Deus permitir e eu tiver saúde, vou trabalhar. Nem penso em parar", garante.
Hoje, a Barraca do Gordo é itinerante. Está na feira do Bairro Rita Vieira às quintas-feiras, no Nova Bahia às sextas e no Piratininga aos sábados. Em todos os dias, música ao vivo gratuita anima os fregueses.
“Eu contrato os músicos e não cobro couvert. Penso que quando eu como fora, quero conforto, ser bem servido. Então dou isso para o meu cliente”, finaliza.
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