ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
JULHO, SEGUNDA  21    CAMPO GRANDE 22º

Sabor

Barraca do Gordo guarda 40 anos de espeto e amor familiar pelas feiras

Em feiras da cidade, família vende, sobá, espetos, yakisoba, cachorro-quente, salgados e até dobradinha

Por Clayton Neves | 21/07/2025 07:30
Barraca do Gordo guarda 40 anos de espeto e amor familiar pelas feiras
Marco Dionei, o 'Gordo', trabalha em feiras livres desde os 14 anos. (Foto: Juliano Almeida)

Nas feiras do Rita Vieira, Nova Bahia e Piratininga,  a 'Barraca do Gordo' é uma das mais movimentadas e também, a que carrega na essência uma história que atravessa gerações.

Com 40 anos de trabalho no ramo, a família começou na antiga Feira Central, em uma época onde as bancas ainda eram montadas na rua, antes da mudança para o prédio próprio onde funciona atualmente.  Depois de quatro décadas, o negócio se tornou referência servindo comida boa.

O nome que batiza a barraca vem do dono, Marco Dionei, o “Gordo”, de 47 anos. Feirante desde os 14 anos, ele  começou ajudando na venda de hortaliças.

Barraca do Gordo guarda 40 anos de espeto e amor familiar pelas feiras
Sandra, a irmã, é responsável pela cozinha e cresceu vendo a mãe trabalhar nas feiras. (Foto: Juliano Almeida)

"Trabalhei com a Maria Batatinha, uma japonesa que vendia verduras. Depois fui para a barraca de espeto do meu irmão e aprendi a fazer de tudo. Na pandemia, abri minha própria barraca e deu certo", lembra.

O negócio começou com a experiência de quem cresceu no ambiente das feiras. Hoje, a Barra a do Gordo vendo de tudo. Tem pastel, sobá, espetos, yakisoba, cachorro-quente, salgados e até dobradinha.

"Eu acompanho de perto todos os processos, até a massa da coxinha e o macarrão sou eu quem faço", faz questão de dizer.

Barraca do Gordo guarda 40 anos de espeto e amor familiar pelas feiras
Tenda montada para acomodar clientes da barraca. (Foto: Juliano Almeida)

A pandemia foi um divisor de águas para a família. Enquanto muitos fecharam as portas, Dionei e a esposa, Mara Silva, de 51 anos, decidiram investir, mesmo que isso representasse um risco na época.

“A gente cresceu na pandemia. E por conta disso nunca investimos para nós, sempre foi para melhorar as coisas. Ter uma barraca melhor, som ao vivo, estrutura. Nunca pensamos em comprar sítio ou carro. Fomos investindo aqui”, diz Mara, que é a caixa da barraca e acompanha a rotina de trabalho há 22 anos.

A equipe é quase toda da família. Tem irmãos, esposa e sobrinhos. A irmã, Sandra de Oliveira, de 49 anos, é quem coordena a cozinha. “Nós somos da gastronomia. Aqui eu cuido da parte do pastel, yakisoba, sobá. Na minha área, os mais pedidos são o pastel de carne com queijo e o sobá tradicional”, conta.

Barraca do Gordo guarda 40 anos de espeto e amor familiar pelas feiras
Panela onde é preparado o caldo usado para montar o sobá. (Foto: Juliano Almeida)

Segundo ela, a relação com a feira é antiga e carregada de memórias afetivas. “Nossa mãe trabalhou mais de 40 anos na feira, se aposentou agora, com 66 anos. A gente cresceu na feira, eu mesma trabalhei desde os 15 anos", lembra.

"Meus quatro filhos também cresceram aqui, trabalharam com a gente e hoje estão encaminhados, fazendo faculdade, trabalhando no comércio. Tudo isso pudemos fazer construir com dinheiro da feira. Para nós tudo isso é uma grande conquista e orgulho”, acrescenta.

Apesar de satisfatória, ela conta que a rotina de montar e desmontar barraca toda semana não é fácil. A logística é puxada e influenciada por fatores como calor, chuva e frio. Ainda assim, ninguém reclama.

Barraca do Gordo guarda 40 anos de espeto e amor familiar pelas feiras
Massa dos salgados vendidos na barraca são feitas pelo próprio dono. (Foto: Juliano Almeida)

“Às vezes é sofrido, mas é um dinheiro que tem retorno. Criamos nossas famílias com isso”, diz Sandra. O irmão, Gordo, completa. “Enquanto Deus permitir e eu tiver saúde, vou trabalhar. Nem penso em parar", garante.

Hoje, a Barraca do Gordo é itinerante. Está na feira do Bairro Rita Vieira às quintas-feiras, no Nova Bahia às sextas e no Piratininga aos sábados. Em todos os dias, música ao vivo gratuita anima os fregueses.

 “Eu contrato os músicos e não cobro couvert. Penso que quando eu como fora, quero conforto, ser bem servido. Então dou isso para o meu cliente”, finaliza.

Confira a galeria de imagens:

  • Campo Grande News
  • Campo Grande News
  • Campo Grande News
  • Campo Grande News
  • Campo Grande News

Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.

Nos siga no Google Notícias