Após 19 anos como motociclista, José montou salgaderia na garagem
Hoje, estabelecimento simples virou ponto de encontro de quem acorda cedo para trabalhar
Por quase duas décadas, José Luiz de Jesus Bueno acordava cedo, colocava o capacete e saía para mais um dia de trabalho como cobrador, percorrendo a cidade de moto. A esposa, companheira de estrada e vida, também vivia a rotina de carteira assinada no comércio.
Mas foi em um desses dias comuns que tudo mudou. “Trabalhei 19 anos na rua de motoqueiro e cansei. Do nada, Deus me deu uma revelação e eu pedi pra sair da empresa”, conta.
Foi assim, com fé, coragem e a vontade de empreender que nasceu a Garagem Salgaderia, um ponto simples, mas cheio de sabor e propósito, aberto na garagem da casa do casal, em meio a Avenida Guaicurus.
A escolha do lugar, segundo José Luiz, foi estratégica. “O fluxo é muito bom. As pessoas transitam o dia inteiro e isso é um dos diferenciais. A região é muito boa", pontua.
A movimentação da avenida é tanta que, às 5h da manhã, quando o portão da casa se abre, já tem freguês esperando pelo cafezinho e o salgado do dia. “Até 8 horas tem um fluxo bem bom. Já cheguei a vender média de 200 salgados por dia”, relembra.
A ideia de transformar a garagem em ponto comercial surgiu depois de muito papo com os amigos, os mesmos que o ajudaram quando decidiu mudar de profissão. Sem conseguir fazer cursos, foi com a ajuda deles, e dos próprios clientes da época de cobrador, que aprendeu sobre atendimento, qualidade e como tocar um negócio.
“Fui aprendendo aos poucos. A referência sempre foi perguntar para os clientes como estava o atendimento, os produtos, pra ir aperfeiçoando”, detalha.
Tempos depois da abertura da salgaderia, a esposa também trocou o antigo emprego para mergulhar de cabeça na nova empreitada. “Ela trabalhou 17 anos no comércio, saiu pra me ajudar. Hoje, a gente trabalha na varanda de casa”, conta José Luiz.
A rotina do casal é bem sincronizada. Ele é quem acorda primeiro para fazer o café. Enquanto isso, ela já começa a fritar e assar os salgados. Juntos, preparam a estufa, organizam mesas, cadeiras e abrem a garagem que virou ponto de encontro de quem precisa começar o dia com energia.
No cardápio, os campeões de venda são o pão italiano, a esfirra, o hambúrguer assado e a saltenha. Tem também os clássicos da fritura, coxinhas de frango ou carne, cigarrete e enroladinho de salsicha. José e a esposa ainda servem café e sucos.
“O pessoal já está acostumado a passar por aqui. Tem aqueles clientes fixos, outros que vêm por indicação. O povo passa cedinho antes de ir pro serviço e vai trabalhar até mais feliz”, garante
Aos 63 anos, José Luiz não tem dúvidas de que fez a escolha certa. “Valeu muito a pena. Meus amigos até falam que eu poderia ter começado antes. Mas tudo tem o tempo de Deus e hoje estou muito honrado e satisfeito”, relata.
Segundo ele, enquanto tiver saúde e disposição, ele segue com a salgaderia. “Vamos trabalhando aqui até a hora de Deus chamar”, finaliza.
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