ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
DEZEMBRO, SÁBADO  06    CAMPO GRANDE 25º

Lado Rural

Clima muda cenário e regiões de MS enfrentam pragas distintas na soja

Boletim mostra que calor e chuva irregular criaram mapas diferentes de risco nas lavouras do estado

Por Gustavo Bonotto | 06/12/2025 19:19
Clima muda cenário e regiões de MS enfrentam pragas distintas na soja
Plantação de soja, no interior de Mato Grosso do Sul. (Foto: Saul Schramm/Iagro)

As mudanças no clima alteraram o comportamento das pragas da soja e fizeram cada região de Mato Grosso do Sul enfrentar riscos distintos no início da safra, segundo monitoramento feito até o fim de novembro, informa a Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho), em nota técnica publicada nesta semana. O avanço rápido do plantio somado ao calor acima do normal e às chuvas irregulares criou condições que favoreceram insetos e plantas competidoras.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

O clima atípico em Mato Grosso do Sul tem alterado o comportamento das pragas da soja, criando cenários distintos em diferentes regiões do estado, segundo monitoramento da Aprosoja. O calor acima do normal e as chuvas irregulares têm favorecido a proliferação de insetos e plantas competidoras.O levantamento, realizado em oito regiões produtoras, revela situações críticas principalmente no sul do estado, onde as lavouras são classificadas como regulares devido ao ataque de insetos nas primeiras estruturas das plantas. Apesar dos desafios, a maior parte do estado mantém lavouras saudáveis, mas requer vigilância constante devido à previsão de continuidade do clima quente e irregular.

Ao todo, o levantamento avaliou áreas em oito regiões produtoras e mostrou que o impacto do clima aparece de forma desigual no estado. No norte, a combinação de umidade irregular e solo aquecido favoreceu pragas que atacam plântulas e causam falhas no estande. Os técnicos identificaram maior presença de insetos que cortam o caule e prejudicam o crescimento inicial.

O centro registrou cenário mais complexo porque reúne invasoras resistentes e insetos que se multiplicam com rapidez quando a temperatura sobe. As plantas competidoras reduzem a disponibilidade de água e nutrientes e ampliam o estresse das lavouras. A região aparece entre as que mais exigem atenção por causa da pressão simultânea sobre o solo e sobre a parte aérea das plantas.

No nordeste, o calor intenso estimulou o avanço de plantas daninhas de diferentes espécies, que ocupam espaço e dificultam o desenvolvimento da soja. Os técnicos observaram baixa presença de insetos, mas destacaram que a competição por recursos já afeta o vigor das lavouras. O boletim classifica a região como estável, porém com sinais de alerta.

O sudoeste enfrenta pragas que reduzem o vigor das plantas logo após a emergência, situação que se agrava quando o solo passa por períodos secos seguidos de chuvas rápidas. As oscilações criam ambiente favorável para insetos que se movem com facilidade entre áreas semeadas. Os técnicos reforçam que essa etapa da safra é a mais sensível a perdas silenciosas.

A região sul concentra a maior proporção de lavouras classificadas como regulares porque insetos que atacam as primeiras estruturas da planta se tornaram mais comuns. O clima instável também permitiu o avanço de plantas invasoras que dificultam o crescimento da cultura. O boletim considera o sul o ponto mais vulnerável entre as áreas monitoradas.

Na fronteira sul, o levantamento registrou combinação de insetos e plantas competidoras que pressiona o início da safra. A alternância entre calor forte e pancadas de chuva acelera a movimentação das pragas e cria focos isolados de risco. A região mantém a maioria das áreas em boas condições, mas com necessidade de vigilância constante.

Por fim, os técnicos da entidade afirmam que a maior parte do Estado segue com lavouras saudáveis, mas alertam que o clima deve continuar quente e irregular nas próximas semanas, o que favorece a movimentação dos insetos. Eles explicam que calor, umidade e acúmulo de resíduos criam ambiente ideal para pragas que surgem no começo da safra. O boletim conclui que o desempenho da produção depende de manejo antecipado e respostas rápidas aos primeiros sinais de infestação.

Receba as principais notícias do Estado pelo celular. Baixe aqui o aplicativo do Campo Grande News e siga nas redes sociais: Facebook, Instagram, TikTok e WhatsApp.