Após meses de avaliação, Bioparque ganha selo internacional de sustentabilidade

A entrega oficial aconteceu no auditório do próprio Bioparque e reuniu autoridades, representantes do setor turístico e empreendedores. Além do aquário, outros seis empreendimentos turísticos de Mato Grosso do Sul receberam certificações internacionais do programa, que reconhece boas práticas ambientais, sociais e de governança.

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Os quesitos analisados incluem gestão e informação; compras e vendas; patrimônio cultural; condições de trabalho; energia e clima; água; resíduos; natureza e paisagem; comunidade local; e poluição e ruído.

Foram certificados nesta edição: Bioparque Pantanal, Estância Mimosa, Recanto Ecológico Rio da Prata, Lagoa Misteriosa, Restaurante-Escola Terra das Águas (Senac), Estrela do Formoso e Parque Ecológico Rio Formoso.

As certificações fazem parte do Programa DEL Turismo, implementado em Mato Grosso do Sul desde 2021 e conduzido tecnicamente pelo Senac MS, representando a Fecomércio MS. Desde 2023, o programa reconhece empreendimentos que adotam práticas sustentáveis e ampliam a competitividade internacional do Estado. Em 2025, cinco novas empresas aderiram ao processo e três iniciaram recertificação.

Para a diretora-geral do Bioparque, Maria Fernanda Balestieri Mariano de Souza, o selo representa mais do que um reconhecimento. Segundo ela, demonstra que o empreendimento une ciência, gestão pública eficiente, inclusão social e inovação. “Receber essa certificação é a prova de que é possível construir um futuro verdadeiramente sustentável. Enquanto o mundo discute soluções climáticas, mostramos que já estamos fazendo”.

Maria Fernanda explicou que o Bioparque passou por avaliação rigorosa que inclui análises de resíduos, qualidade do ar, práticas culturais, acessibilidade e governança. “Foram 60 critérios muito bem definidos. Esse é um selo internacional, concedido após um processo extremamente criterioso”, completou.

Segundo a diretora, o parque continuará investindo em projetos de sustentabilidade por meio do programa ESG (environmental, social and governance) Bioparque Pantanal, que reúne diversos subprojetos analisados durante a certificação.

Também presente no evento, o chefe do Parque Nacional da Serra da Bodoquena, Sandro Roberto da Silva Pereira, ressaltou que o selo ajudará a orientar ações futuras. “Abrimos a visitação em 2021 com 500 visitantes por ano. Hoje já estamos em cerca de 16 mil, mesmo com pouca estrutura. A certificação vem mostrar o que precisamos fazer para avançar”, afirmou.

Sandro também destacou que 200 condutores credenciados atuam no parque, muitos deles moradores de comunidades que antes eram resistentes à presença da unidade de conservação. “Muitos desses condutores vivem nas comunidades do entorno, em assentamentos rurais, que até pouco tempo atrás enxergavam o parque como um empecilho, como um problema, e hoje o veem como uma oportunidade. Então, essa dedicação vem trazer isso para a gente”, disse.

Já o vice-governador José Carlos Barbosa, o Barbosinha (PSD), afirmou que o selo posiciona Mato Grosso do Sul como referência nacional. “Se queremos prosperidade, ela precisa vir associada à preservação ambiental”, disse.

Barbosinha lembrou que o Bioparque é também um espaço de ciência, pesquisa e representação da ictiofauna pantaneira, e que as empresas certificadas assumem o compromisso de melhorar continuamente suas práticas. “O desafio é manter e crescer: chegar a 96%, 97%, 98% e, quem sabe, 100%”, afirmou.

Certificação — A entrega de certificação é dada todo ano. O presidente do Sistema Comércio MS, Edison Araújo, afirmou que a certificação é viabilizada por meio de projetos desenvolvidos pelo Senac em parceria com a certificadora internacional. “Quem está recebendo esse selo hoje está dizendo: ‘estou preparado para receber todo e qualquer tipo de turista, com qualidade e sustentabilidade’”, afirmou.

A consultora de turismo do Instituto DEL, Beth Bauchwitz, destacou que a certificadora atua em mais de 60 países e avalia destinos, unidades de conservação e toda a cadeia produtiva do turismo. “Após a pandemia, houve uma procura crescente por experiências autênticas e sustentáveis. Muitas empresas querem oferecer isso, até porque todos já vimos alguém vendendo gato por lebre, dizendo ser sustentável sem ser”, disse.

Ela também afirmou que algumas operadoras internacionais ainda evitam o Brasil pela baixa disseminação de práticas sustentáveis no setor e destacou Bonito como referência nacional. “Eles acabam escolhendo alguns lugares, como Bonito, que já são referência. Mas por quê? Porque ainda não acordamos para isso, para ampliar essa rede de sustentabilidade”, disse Beth.

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