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Meio Ambiente

Ipê-rosa importado ameaça saúde dos “colegas” nativos do Cerrado

Levatamento sobre arborização urbana de Campo Grande detectou a doença

Por Aline dos Santos | 23/09/2024 12:25
Fotos mostra árvore, flores e doença na Tabebuia rosea, ipê que não é nativo. (Foto: Reprodução)
Fotos mostra árvore, flores e doença na Tabebuia rosea, ipê que não é nativo. (Foto: Reprodução)

Espécie exótica, o ipê-rosa de El Salvador tem plantio contraindicado em Campo Grande. O motivo é um fungo transmissível para os ipês nativos do Cerrado.

A orientação de que a planta não seja cultivada para erradicação da doença consta no estudo “Floresta Urbana de Campo Grande”, elaborado pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), que vai subsidiar a revisão da Lei 184/2011 (Plano Diretor de Arborização Urbana).

Conforme o levantamento, dentre as doenças registradas na arborização urbana de Campo Grande, está o declínio do ipê-rosa. “Esta doença acomete Tabebuia rosea, espécie exótica, e se inicia com tumores ou galhas aéreas e superbrotamento, os quais reduzem o valor ornamental desta planta”. Ela definha e pode morrer.

“O fungo é transmissível para a espécie nativa de ipê-branco (Tabebuia roseoalba), que também teve registro da doença na arborização analisada”. Deste modo, estratégias de controle da doença devem ser implementadas, sendo contraindicado o plantio da espécie exótica.

“Existe uma variedade muito grande de ipês. Mas a gente tem usado uma que não é nativa. Chama-se ipê de El Salvador. Ele está trazendo uma doença que afeta os ipês-rosas e tem atacado, agora, os ipês-brancos. É um fungo”, afirma Eliane Guaraldo, professora da UFMS e coordenadora do estudo “Floresta Urbana de Campo Grande”, que vai subsidiar a revisão e monitoramento do Plano Diretor de Arborização Urbana.

Sequência mostra árvore e flores de ipê-rosa nativo em Campo Grande. (Foto: Reprodução)
Sequência mostra árvore e flores de ipê-rosa nativo em Campo Grande. (Foto: Reprodução)

Os ipês-brancos, que colorem no nosso Inverno, já tendem a ser efêmeros, com floração de curta duração. Uma diferença do ipê-rosa de El Salvador para ipê-rosa natural do Cerrado é que as flores não são tão vistosas quanto às nativas.

Das 175 mil árvores que se espalham pelas calçadas de Campo Grande, a maioria é o Oiti, que totaliza 27,6%, enquanto que o recomendado é de 15%. Natural do Nordeste, a espécie é resistente, fornece sombreamento e tolera podas drásticas. Porém, ultrapassou o limite de 15% e a solução é proibir o plantio.

As outras espécies com mais árvores na Capital são: figueira (5,7%), murta-de-cheiro (4,4%), ipê-rosa (3,7%) e sibipiruna (3,7%).

Florada do ipê-banco em 19 de agosto, em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)
Florada do ipê-banco em 19 de agosto, em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)

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