Pela segunda vez, peixes são retirados de trecho do Rio da Prata e salvos
Trabalho envolveu ONG, grupo empresarial, Polícia Militar Ambiental e funcionários de fazenda

O total de 148 peixes que mergulhavam próximos a um trecho do Rio Prata que secou completamente, no município de Jardim, foi salvo ontem (19) por meio da captura e transferência para outra parte do manancial com nível de água suficiente para garantir a sobrevivência do cardume.
RESUMO
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Em Jardim (MS), 148 peixes foram resgatados de um trecho seco do Rio da Prata e transferidos para uma área com água suficiente. Esta é a segunda vez em dois anos que a ação se faz necessária devido à seca, agravada por drenos na cabeceira do rio, que também passa por Bonito. Um inquérito civil do Ministério Público Estadual investiga as causas da seca, com base em relatório da Polícia Militar Ambiental. Participaram do resgate, com licença ambiental, a ONG Instituto Guarda Mirim de Jardim, o grupo empresarial Rio da Prata, policiais militares ambientais e funcionários da Fazenda Vale do Prata. Foram salvas piraputangas, curimbas, lambaris, joaninhas, canivetes, pacus-péva e traíras. A seca, que começou a se intensificar no dia 6 deste mês, já causou a morte de peixes no local, próximo à Ponte do Curê, na MS-178. O trecho seco se estende por três quilômetros, sem afetar os pontos turísticos. No ano passado, o resgate ocorreu em julho, com cerca de 200 peixes salvos. A seca só cedeu em outubro.
É a segunda vez, pelo segundo ano consecutivo, que essa iniciativa precisa ser tomada diante da ausência d'água no leito do rio no período de estiagem, agravada pela contribuição das construções de drenos na cabeceira do corpo hídrico, que corre também pelo município vizinho de Bonito. As consequências da interferência humana no curso natural do Prata foram diagnosticadas em relatório que a Polícia Militar Ambiental anexou ao inquérito civil do Ministério Público Estadual aberto no ano passado para investigar as causas da seca.
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A realocação dos peixes foi realizada com licença ambiental e envolveu técnicos da ONG (organização não governamental) Instituto Guarda Mirim Ambiental de Jardim, técnicos do grupo empresarial Rio da Prata, policiais militares ambientais e funcionários da Fazenda Vale do Prata.

Foram capturados:
- 10 piraputangas;
- 36 curimbas;
- 76 lambaris;
- 6 joaninhas;
- 7 canivetes;
- 8 pacus-péva;
- e 5 traíras.
Caso não fossem resgatados, os peixes correriam o risco de morrer asfixiados. Dias antes da operação, alguns peixes não resistiram e viraram esqueletos na parte seca, que fica perto da Ponte do Curê, na MS-178.
O leito seco se estende por três quilômetros, sem afetar os atrativos turísticos. De acordo com o diretor do Instituto Guarda Mirim Ambiental de Jardim, Nisroque da Silva Soares, o volume de água vem diminuindo desde o último dia 6.

A captura foi realizada ainda mais cedo no ano passado: em 31 de julho. Cerca de 200 peixes foram retirados da água, com a ajuda de aproximadamente 30 pessoas. A sequidão só começou a ceder em outubro.
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