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Meio Ambiente

Projeto que monitora o Pantanal será financiado pelo 3º homem mais rico do mundo

Iniciativa é selecionada por um fundo criado por Jeff Bezos para ações de conservação com uso de IA

Por Ketlen Gomes | 16/11/2025 11:45
Projeto que monitora o Pantanal será financiado pelo 3º homem mais rico do mundo
Pesquisadora da UFMS coloca equipamento de monitoramento no Pantanal, para monitorar o bioma. (Foto: Reprodução/UFMS)

O PPBio-Pantanal (Programa de Pesquisa em Biodiversidade do Pantanal), em parceria entre a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), a Universidade Cornell, dos Estados Unidos, e a organização internacional sem fins lucrativos The Nature Conservancy, foi selecionado para receber investimentos do Bezos Earth Fund, criado pelo terceiro homem mais rico do mundo, segundo a revista Forbes, e fundador da Amazon, Jeff Bezos.

RESUMO

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O PPBio-Pantanal, parceria entre UFMS, Universidade Cornell e The Nature Conservancy, foi selecionado para receber US$ 2 milhões do Bezos Earth Fund. O projeto, escolhido entre mais de mil propostas, focará no monitoramento acústico do Pantanal e da Reserva da Biosfera Maia, na Guatemala. Liderado pelas pesquisadoras Liliana Piatti e Larissa Sugai, o projeto utilizará inteligência artificial para monitorar a biodiversidade e identificar ameaças aos ecossistemas. A iniciativa combina tecnologia avançada com conhecimento local, visando uma conservação mais efetiva dos biomas estudados.

O projeto de bioacústica no Pantanal foi escolhido entre mais de mil propostas enviadas por instituições de todos os continentes e receberá cerca de US$ 2 milhões em investimentos. A iniciativa foi inscrita pelo Centro K. Lisa Yang para Bioacústica da Conservação, da Universidade Cornell, no Desafio de IA (inteligência artificial) para o Clima.

Por meio do edital, o Bezos Earth Fund buscou apoiar projetos inovadores que utilizam inteligência artificial no enfrentamento de desafios ambientais globais. Na primeira fase, 24 propostas foram selecionadas, e seus coordenadores participaram de mentorias e workshops com as equipes avaliadoras para alinhar os projetos aos objetivos do edital. Na etapa final, apenas 15 iniciativas foram escolhidas para receber até US$ 2 milhões cada.

A iniciativa tem como foco o monitoramento acústico de dois hotspots de biodiversidade, entre eles, o Pantanal, com o objetivo de produzir informações sobre a fauna e a saúde do ecossistema. O segundo hotspot contemplado é a Reserva da Biosfera Maia, na Guatemala, onde o sistema será usado para identificar, em tempo real, ameaças às florestas decorrentes de atividades ilegais.

O projeto é liderado pelas pesquisadoras Liliana Piatti, da UFMS, e Larissa Sayuri Moreira Sugai, da Universidade Cornell. A parceria entre as instituições surgiu há cerca de três anos, quando o PPBio-Pantanal iniciava um projeto de monitoramento da biodiversidade por meio da bioacústica e do DNA ambiental, enquanto o Centro K. Lisa Yang buscava uma iniciativa em larga escala para testar e aprimorar suas ferramentas de monitoramento e inteligência artificial.

Projeto que monitora o Pantanal será financiado pelo 3º homem mais rico do mundo
Parceria entre a UFMS, uma organização internacional e a Universidade Cornell será financiada por Jeff Bezos. (Foto: Reprodução/UFMS)

A UFMS desempenha o papel de facilitar e coordenar o trabalho de campo, oferecendo apoio logístico, mobilizando equipes e garantindo que todas as etapas sejam executadas de forma robusta e adequada às particularidades do Pantanal. Já o Centro K. Lisa Yang fornece equipamentos, suporte técnico especializado, aplica modelos de aprendizado de máquina aos dados coletados e capacita pesquisadores e estudantes brasileiros no uso dessas tecnologias.

Liliana Piatti destaca que a seleção foi extremamente competitiva e contou com avaliação técnica rigorosa, apoiada por parceiros como Amazon Web Services, Google.org e Microsoft Research. “Acreditamos que o diferencial decisivo foi a força da parceria de Cornell, pioneira e reconhecida mundialmente no trabalho com IA, com a UFMS e o PPBio-Pantanal, que representam uma rede de pesquisadores e comunidades locais com profundo conhecimento sobre o território. Essa combinação entre excelência científica e engajamento regional foi o que garantiu nossa presença entre os vencedores globais”, afirma.

Para a pesquisadora, a notícia da aprovação foi recebida com alegria e senso de responsabilidade. “Receber o investimento do Bezos Earth Fund significa dar um salto tecnológico e estrutural rumo a uma conservação mais efetiva, que combina o que há de mais avançado em inteligência artificial e bioacústica com o conhecimento tradicional das pessoas que vivem no bioma e dos pesquisadores que dedicam suas carreiras ao estudo do Pantanal. É também um incentivo simbólico muito forte que mostra que o mundo está olhando para o Pantanal e que soluções desenvolvidas aqui podem servir de modelo para outras regiões do planeta.”

O coordenador da Rede PPBio-Pantanal, professor Fábio Roque, também ressalta o impacto da iniciativa na internacionalização da instituição por promover mobilidade e intercâmbio de estudantes e pesquisadores entre as entidades envolvidas. “Contribui para a formação de recursos humanos qualificados em novas tecnologias, essencial em um contexto de rápidas transformações ambientais e tecnológicas. Meu desejo é que essa iniciativa ajude a estruturar um núcleo de alta tecnologia voltado ao monitoramento da biodiversidade na UFMS, alinhado às demandas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas e à conservação dos ecossistemas brasileiros”, finaliza.

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