Depois do gato acumulador, chegou a vez do cachorro chantagista
Pets podem fingir mancar para chamar atenção ou castigar tutores, mas atenção: também há casos sérios
Você já pegou seu cachorro mancando na sua frente e andando normal quando ele está sozinho? Ou então, amuado e com aparência de doente, mas a carinha muda minutos após receber um carinho? Depois do gato acumulador, é a hora do cachorro chantagista. Hoje, a editoria MiauNews trouxe a médica veterinária Cláudia Mendes para explicar quando o comportamento é drama e quando pode ser problema sério.
RESUMO
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Cães e gatos podem apresentar sintomas físicos devido a fatores emocionais. Antes de considerar "drama", é crucial investigar a causa. A veterinária Cláudia Mendes explica que a primeira etapa é descartar doenças. Exames são necessários para descartar problemas neurológicos ou ortopédicos. O comportamento aprendido, como mancar para receber atenção, pode ser confundido com chantagem. Ansiedade por hiper apego também pode gerar sintomas físicos. A maioria dos casos, porém, tem causas reais, como artrose. Filmar o comportamento do animal ajuda no diagnóstico. O tratamento varia conforme a causa, desde medicação até recondicionamento comportamental. Recusa em comer por ciúmes também pode ocorrer, exigindo rotina alimentar e estímulos.
Antes de rotular o comportamento do cão como “teatrinho” ou “chantagem”, é preciso investigar se existe, de fato, uma causa física por trás. A médica veterinária pontua que a primeira etapa é descartar possíveis doenças.
“A gente tem que ter certeza se é dependência emocional com o dono. Temos que ponderar se pode ser uma doença mesmo, um comportamento aprendido ou pensar que ele pode estar tendo uma ansiedade. Em uma causa orgânica real, ele vai ter dor por alterações ortopédicas, por exemplo. O animal que tem o problema de luxação de patela vai ter instabilidade, e isso é algo crônico. Como ele não tem como falar que tem problema no joelho, às vezes o tutor vai achar que é algo teatral, porque tem momentos que ele vai mancar e tem momentos que não.”
Segundo ela, exames sempre são necessários para descartar qualquer hipótese mais grave. Alterações neurológicas também podem ser fatores que causam instabilidades do corpo do bichinho.
“Temos três coisas que podem ser: a primeira é a dor real; a segunda, o comportamento aprendido. O que é isso? Por exemplo, ele manca e logo em seguida recebe atenção extra, carinho e petisco. Realmente, aqui entra uma situação em que o animal está usando o dono. Ele viu que, se fizer isso, vai receber carinho. E quando o tutor vai lá e faz um carinho, às vezes o animal manca ou chora, mas não é dor. O termo chantagem é informal, mas, na etimologia se fala condicionamento operante.”
Por último, ela acrescenta que também há a possibilidade do cachorro ou gato ter ansiedade, e isso acaba gerando problemas. “Se, de repente, o responsável vai embora, ele fica mal mesmo, porque é ansioso ou tem hiperatividade. Então, ele tem uma doença comportamental por hiper apego e tem que ser tratado.”
Como resolver?
Cláudia destaca que o médico vai avaliar e saber se é causa real. Será preciso fazer exame para ter certeza se é problema neurológico ou ortopédico.
Embora a “chantagem” seja vista de forma divertida, na prática, a maioria dos casos tem origem real, como artrose, problemas ortopédicos de patela ou de quadril. Casos puramente psicológicos existem, mas são raros, segundo ela.
“O que o tutor pode fazer em casa é filmar, observar como funciona, em que período ocorre, em que situação, e, dessa forma, será mais assertivo para os veterinários fazerem uma abordagem. Se for doença, o jeito tratar. No caso do comportamental, recondicionamento. Ensinar o tutor a não reforçar a ação, a não fazer carinho logo em seguida. É legal ter estímulos físicos e cognitivos para diminuir a ansiedade e, dependendo do grau, tem que tomar medicação. O que vemos na clínica é cachorros muito ansiosos.”
Ela explica que, além desses casos, também há o chamado Giallo, que é quando o cachorro ou gato se recusa a comer por estar chateado ou com ciúmes do dono.
“Ele fica emburrado com e faz esse tipo de coisa. Ou seja, além de fingir e usar alguns mecanismos como mancar, de ter alteração neurológica ou doença, o animal pode também simular que está com alguma dor e não querer comer. Tem cachorrinho que faz isso.”
Para tratar a situação é preciso manter a rotina alimentar do pet, evitar dar petiscos como “suborno” e estimular o animal com brincadeiras e passeios. Caso a situação não melhore será a hora de buscar ajuda profissional adequada, como veterinários comportamentais.
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