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EpiMania

Estamos perto da 3ª Guerra Mundial? Professor de geopolítica fala tudo

Especialista explica por que o mundo vive tantos conflitos ao mesmo tempo e o que o Brasil tem a ver com isso

Por Lucas Mamédio | 24/11/2024 08:06

Assista ao episódio do EpiMania na íntegra:

O EpiMania, podcast do Campo Grande News, recebeu o professor de geopolítica da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Marcelino de Andrade Gonçalves, para tentar explicar o que está acontecendo neste "mundão de meu Deus", que agora deu para todos os países começarem a guerrear.

Só nesta ideia já reside um debate: a paz está mesmo ameaçada ou sempre houve conflito e a gente não dava muita bola? Fato é que, de dois anos para cá, já houve a invasão da Ucrânia pela Rússia, Israel iniciou um conflito com o grupo Hamas, que se alastrou por parte do Oriente Médio, a Venezuela "anunciou" que parte da Guiana lhe pertence, causando instabilidade na América do Sul, a China escalou a tensão com a ilha de Taiwan e até a Coreia do Norte parece ter retrocedido na relativa "boa" convivência com a Coreia do Sul.

Para Marcelino, a hegemonia dos Estados Unidos, estabelecida principalmente após a Segunda Guerra Mundial, tem sido crucial para a manutenção da paz mundial, apesar das contradições que isso gera. Os EUA impõem regras globais baseadas em sua economia e poder militar, com suas numerosas bases e tecnologias avançadas. Para ele, no campo da geopolítica, é fundamental entender como a economia, a força militar e a opinião pública influenciam os conflitos.

"Então, os Estados Unidos têm mantido uma hegemonia, sobretudo pós-Segunda Guerra Mundial, e estabelecido regras, basicamente, para o planeta inteiro, está entendendo? Contra, a favor, enfim, mas as regras americanas, lógico, baseadas no dinheiro, no poder do dólar econômico e baseado no exército americano, eles são centenas de bases no mundo, centenas de soldados espalhados pelo mundo, e tem um exército realmente fortíssimo, tá certo?".

O especialista em geopolítica diz que percepção de um mundo em crise e iminente guerra pode ser exagerada, já que os conflitos sempre existiram, mas o que mudou é a capacidade de destruição. Com as tecnologias atuais, as guerras não envolvem mais grandes batalhas de exércitos concentrados, mas sim pequenos grupos enfrentando armamentos de destruição em massa. O aumento da violência e dos conflitos, embora real, é uma constante histórica, com a guerra moderna permitindo uma destruição muito mais rápida e eficiente do que no passado.

"Eu acho que uma coisa que muda, eu acho que os conflitos sempre existiram, né? Mas uma coisa que muda é a capacidade de destruição, entende? Não sei se vocês estão acompanhando esses conflitos agora, né? As guerras, então, porque se você pega o jornal ucraniano, por exemplo, tem um que chama Právida, e eles colocam uns vídeos, lógico, né? A destruição da guerra, de um momento específico, a destruição de um tanque, quando eles acabam com um pelotão russo", explica.

Sobre o papel do Brasil, Marcelino explica que, embora o país esteja em um momento de relativa paz, isso não significa que o país seja imune aos impactos globais, especialmente na geopolítica. A análise da posição do Brasil deve considerar que o país, apesar de seu tamanho, ainda está em processo de consolidação interna e não projeta poder no nível internacional como outras nações.

"Então, você pode ter bastante área, mas você não é um jogador internacional, entendeu? O Brasil, por exemplo, tem um país gigantesco, né? E você tem países como a França, por exemplo, que tem alguns estados do Brasil que são maiores que a França, mas você tem uma coesão interna daquele Estado-nação, né?".

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