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Na Íntegra

Sem venezuelanos, MS fecharia 3 fábricas, diz superintendente do Trabalho

Cantero fala sobre relevância dos estrangeiros para atender a alta demanda por trabalhadores

Por Maristela Brunetto | 13/08/2025 15:03


RESUMO

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A Superintendência do Trabalho de Mato Grosso do Sul destaca a importância crucial dos trabalhadores venezuelanos e haitianos para a economia local. Segundo o superintendente Alexandre Cantero, a ausência dessa mão de obra poderia resultar no fechamento de três fábricas no estado, que apresenta crescimento econômico acima da média nacional. Para facilitar a integração desses trabalhadores, foi criada a Sala do Migrante, serviço inédito que auxilia na regularização e inserção no mercado formal. A iniciativa conta com apoio da Fiems e do setor frigorífico, oferecendo também curso de português pela UEMS e suporte para evitar condições precárias de trabalho.

Os venezuelanos e haitianos, os principais entre os estrangeiros migrando para o Estado, e brasileiros que escolheram Mato Grosso do Sul se tornaram mão de obra tão relevante para o ritmo de crescimento econômico que a ausência deles poderia inviabilizar empreendimentos. A análise é do superintendente do Trabalho, o advogado Alexandre Cantero, que viu em uma parceria com a Fiems (Federação da Indústria de Mato Grosso do Sul) e o setor frigorífico a oportunidade para criar a Sala do Migrante, serviço para regularizar trabalhadores de forma rápida e fazer a ponte para um emprego formal, reduzindo o risco de subemprego ou condições precárias. O serviço, inédito, existe há seis meses e foi detalhado na entrevista ao Podcast Na Íntegra.



Com orçamento apertado, a Superintendência Regional conseguiu do setor privado o pagamento do salário para um venezuelano e um haitiano trabalharem na sala. Conhecendo o passo a passo a ser percorrido, eles ajudam outros estrangeiros a se regularizarem nos órgãos públicos de forma mais rápida. Mas os migrantes brasileiros também recebem apoio.

Se nós não tivéssemos essa mão de obra dos migrantes internacionais, nós não conseguiríamos atender a demanda da agroindústria que está chegando no Estado. Se os venezuelanos fossem embora, nós fecharíamos três fábricas no estado.

Cantero faz a comparação para demonstrar o quanto essas pessoas são essenciais para o momento econômico do Estado, que apresenta crescimento acima da média nacional e segue recebendo grandes investimentos na agroindústria, enfrentando severa falta de mão de obra. Além da ajuda para que os migrantes ingressem no mercado formal, eles têm acesso a curso de português, pela UEMS e apoio dos parceiros privados.



 Criar condições para atender o público migrante é um meio de a Superintendência evitar violações de direitos dos trabalhadores, ao solucionar rapidamente a situação de falta de documentação, que os deixa mais vulneráveis, mas também facilita o conhecimento e solução de episódios de desrespeito aos direitos, com denúncias chegando através das pessoas que procuram o serviço em busca de ajuda.



Eu costumo dizer que a pujança do agro no nosso estado não combina com a condição análoga de escravo.

 Cantero cita que há uma situação, que considera até cultural, que deve ser superada, que é a precariedade por vezes flagrada no trabalho rural. Para ele, os indígenas poderiam ser qualificados para atuar nesse setor aqui no Estado. Hoje, muitos são levados para o Sul do País e há denúncias de exploração dessa mão de obra na colheita da maçã. “Tem como aproveitar essa mão de obra aqui no Mato Grosso do Sul”, cita, com o aproveitamento ocorrendo “de forma digna”.

Ele também aponta que a superintendência mantém atenção ao trabalho infantil, que é proibido, o aumento do trabalho no setor industrial, a inserção de pessoas com deficiência e funções ligadas à tecnologia.

Nos casos em que auditores constatam situações precárias de trabalho envolvendo os migrantes, a regra é que eles sejam encaminhados ao serviço especializado.

Serviço- A Sala do Migrante fica no térreo da Superintendência Regional do Trabalho, na Rua Treze de Maio, nº 3214. O telefone para contato é o 67-3901.9006.