Após reportagem, deputado pede investigação sobre obra recente e já com buracos
O Campo Grande News revelou uma série de problemas menos de um ano após a inauguração da rodovia
O deputado estadual Zeca do PT apresentou indicação para que o Ministério Público de Mato Grosso do Sul e o Tribunal de Contas do Estado investiguem a execução da obra de pavimentação da MS-345, conhecida como Estrada do 21, entre Anastácio e Bonito. O tema entrou em votação nesta quarta-feira e foi aprovado.
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O pedido cita, como base, reportagem do Campo Grande News que revelou uma série de problemas menos de um ano após a inauguração da rodovia, entregue com discurso de integração, sustentabilidade e custo superior a R$ 400 milhões.
A indicação lembra que a pista apresenta inúmeras crateras ao longo da extensão, o que representa risco aos motoristas, e não conta com as 45 passagens para fauna previstas no projeto, fator que já resultou na morte de diversas espécies silvestres.
A ausência dessas estruturas foi apontada na matéria como uma das principais causas de atropelamentos registrados na estrada, que atravessa área de grande fluxo turístico e corta habitats naturais.
O Campo Grande News mostrou que, em um trajeto de apenas 123 quilômetros, foi possível flagrar animais mortos, queimadas à beira da pista e trechos de asfalto em reparo, cenário que contradiz a promessa de segurança para a fauna e durabilidade da obra.
A rodovia, que integra o programa Estrada Viva da Agesul, deveria reduzir em até 40 quilômetros o percurso entre Campo Grande e Bonito e estimular o ecoturismo na Serra da Bodoquena, mas já funciona, em alguns pontos, no esquema de “pare e siga” por causa de recapeamentos.
Zeca do PT argumenta que, diante dos altos investimentos e dos sérios problemas constatados, é fundamental apurar a aplicação dos recursos públicos e a execução do contrato.
A indicação solicita que os órgãos de controle atuem com urgência, investigando tanto a qualidade da obra quanto o cumprimento das medidas ambientais previstas. O documento será encaminhado ao procurador-geral de Justiça, Romão Ávila Milhan Junior, e ao presidente do Tribunal de Contas, conselheiro Flávio Kayatt.
O Campo Grande News solicitou novamente posição da Agesul, que não informou os motivos do problema.