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Cidades

Empresário acusado de golpe que lesou 25 mil pessoas é preso com esmeraldas

Celso Éder Gonzaga Araújo e a esposa Tatiane Araújo foram capturados durante a operação Ìcaro, em SP

Por Ana Paula Chuva | 13/08/2025 08:45
Empresário acusado de golpe que lesou 25 mil pessoas é preso com esmeraldas
Celso Éder foi preso junto com a esposa durante operação do MPSP (Foto: Reprodução)

Investigado na operação Ouro de Ofir, que teve ação trancada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), o empresário Celso Éder de Araújo foi preso em ação do Ministério Público de São Paulo, que investiga um esquema de corrupção envolvendo auditores fiscais paulistas. A prisão ocorreu na terça-feira (12), junto com a esposa, Tatiane Araújo.

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O empresário Celso Éder de Araújo e sua esposa Tatiane foram presos em São Paulo durante operação do Ministério Público que investiga esquema de corrupção envolvendo auditores fiscais. Na residência do casal, foram encontrados dois pacotes de esmeraldas e mais de R$ 1 milhão em espécie. A operação Ícaro também resultou na prisão do fundador da Ultrafarma, Sidney Oliveira, e do executivo da Fast Shop, Mario Otávio Gomes. O esquema, liderado pelo auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, movimentou cerca de R$ 1 bilhão em propinas desde 2021, favorecendo comerciantes varejistas mediante pagamentos ilícitos.

Celso foi alvo da operação Ícaro, deflagrada ontem e que resultou na prisão também do fundador da rede Ultrafarma, Sidney Oliveira, e do executivo da Fast Shop, Mario Otávio Gomes. A ação foi resultado de investigação de esquema de favorecimento de comerciantes varejistas em troca de propinas.

Na casa onde Celso mora com a esposa, os policiais encontraram dois pacotes de esmeraldas e mais de R$ 1 milhão em espécie, que fazem parte do esquema de lavagem de dinheiro da quadrilha. A ação foi deflagrada pelo Gedec (Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos) e teve apoio também da Polícia Militar.

Celso e a esposa foram apontados como responsáveis pela lavagem do dinheiro para a quadrilha. Ainda foram presos na ação os auditores fiscais Artur Gomes da Silva Neto, responsável por liderar o esquema, e Marcelo de Almeida Gouveia, que prestaria auxílio nas fraudes – eles são suspeitos de movimentar R$ 1 bilhão em propina.

Esquema – A quadrilha atuava desde 2021. Uma empresa de fachada, registrada em nome da mãe de Artur, foi contratada e, segundo o MPSP (Ministério Público de São Paulo), prestava serviços tributários. O auditor fiscal orientava as companhias e compilava documentos que deveriam ser enviados à Secretaria da Fazenda para solicitar ressarcimento de créditos. Quem pagava propina tinha o processo acelerado.

A suspeita foi levantada por conta da movimentação financeira repentina da empresa, chamada Smart Tax, que até o primeiro semestre de 2021 não tinha qualquer atividade operacional ou cliente e então passou a receber milhões de reais da Fast Shop. Com a quebra de sigilo financeiro, a investigação mostrou que a conta da companhia recebeu mais de R$ 1 bilhão desde então.

O Campo Grande News procurou a assessoria do empresário, que ainda aguarda informações sobre o caso para emitir nota.

Empresário acusado de golpe que lesou 25 mil pessoas é preso com esmeraldas
Pacotes de esmeraldas encontrados na casa de Celso (Foto: Divulgação | MPSP)

Ação trancada – Em abril deste ano, o STJ trancou a ação principal que resultou na operação Ouro de Ofir. Em 2017 Celso Éder foi denunciado junto com Anderson Flores de Araújo pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). A acusação foi rejeitada pelo ministro Messod Azulay Neto.

Celso e Anderson foram acusados de chefiar um esquema de estelionato que lesou ao menos 25 mil pessoas em todo o país. Segundo a Polícia Federal (PF), os réus vendiam a ideia da existência de uma mina de ouro que foi explorada há muito tempo, mas que os valores das comissões de revenda feitas para o exterior ainda estariam sendo repatriados (devolvidos ao Brasil). Com isso, o direito aos montantes poderia ser cedido e vendido a terceiros, obviamente mediante adiantamentos em dinheiro.

Mas, no entendimento do ministro relator, as duas vítimas citadas no caso não mais se manifestaram ou apareceram nos autos do processo. Além disso, entendeu que a denúncia efetuada pelo MP (Ministério Público) está tecnicamente inválida.

“Ao discorrer sobre a prática delitiva de organização criminosa, contém narrativa demasiadamente genérica e não descreve qual a estruturação ordenada da suposta organização criminosa, nem a divisão de tarefas, de maneira suficiente a permitir o pleno exercício da defesa dos acusados”, sustenta o ministro.

Em relação ao crime de estelionato, Azulay Neto fez o trancamento da ação porque “já houve tentativa de intimação da vítima por cinco anos e até o momento não foi oferecida a representação, imprescindível para a persecução penal”, detalha.

Na época, a defesa dos dois destacou que, de três vítimas elencadas na denúncia, uma sequer foi localizada e outra chegou a ser intimada, em maio de 2020, para se manifestar, mas não apareceu. Dois anos depois, em 2022, a vítima foi novamente intimada e, em ambas as investidas, declarou ter interesse em representar contra os acusados, mas não o fez.

Empresário acusado de golpe que lesou 25 mil pessoas é preso com esmeraldas
Parte do dinheiro apreendido durante a operação Ícaro ontem (Foto: Divulgação | MPSP)

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