Atraso nas cédulas pode impedir voto de portugueses em Mato Grosso do Sul
O prazo final para o recebimento é sexta-feira, e os votos devem ser postados no Correio até sábado

Faltando apenas três dias para as eleições legislativas em Portugal, que escolherão o novo primeiro-ministro e deputados do Parlamento, milhares de eleitores portugueses espalhados pelo mundo enfrentam dificuldades para exercer seu direito ao voto, especialmente no Brasil, onde os atrasos na entrega das cédulas afetam vários estados, incluindo Mato Grosso do Sul.
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Portugueses residentes em Mato Grosso do Sul podem perder o direito ao voto nas eleições legislativas de Portugal, devido ao atraso na entrega das cédulas. O prazo final para o recebimento é sexta-feira, e os votos devem ser postados até sábado. Mais de 500 eleitores no estado, 200 só em Campo Grande, aguardam ansiosamente. A situação se repete em outros estados brasileiros, afetando a participação de milhares de portugueses no pleito. O atraso nos Correios, tanto no envio quanto no retorno das cédulas, é o principal entrave. Os votos precisam chegar a Portugal até 28 de maio para serem válidos. A baixa adesão ao voto presencial nos consulados também é uma realidade.
Neste ano, cerca de 1,58 milhão de cédulas foram enviadas a portugueses e cidadãos com dupla nacionalidade em diversos países. No Brasil, onde vivem cerca de 277 mil eleitores aptos, parte significativa dessas cédulas ainda não chegou aos destinatários ou chegou com atraso, comprometendo a participação no pleito.
Em Mato Grosso do Sul, a situação preocupa. De acordo com o cônsul honorário de Portugal em Campo Grande, Fernando Gonçalves, nenhuma cédula havia chegado aos eleitores do Estado até esta quinta-feira (15). “O prazo para a chegada é até amanhã, e os eleitores têm que colocar no Correio até sábado. Se não chegar, deixa de votar, infelizmente”, afirmou o cônsul.

Mais de 500 pessoas estão aptas a votar em Mato Grosso do Sul, sendo cerca de 200 somente em Campo Grande. Os votos devem ser enviados de volta a Portugal e precisam chegar ao país até o dia 28 de maio para serem considerados válidos, conforme as regras da CNE (Comissão Nacional de Eleições) portuguesa.
A maioria dos eleitores fora de Portugal opta pelo voto por correspondência. Apenas 1.300 eleitores com dupla nacionalidade ou emigrantes escolheram votar presencialmente nos consulados portugueses no Brasil. Em Mato Grosso do Sul, essa opção não está disponível. A baixa adesão também se reflete nos principais colégios eleitorais: em São Paulo, com 118 mil eleitores, apenas dois votaram presencialmente; no Rio de Janeiro, com 91 mil, apenas um.
Correios são entrave internacional - O secretário de Estado para as Comunidades Portuguesas, José Cesário, afirmou ao Jornal de Notícias que o problema agora está na devolução dos votos a Portugal. “Demora pelo menos 12 dias. E o problema não é só no Brasil, mas em outros países fora da Europa também, por conta dos Correios”, disse.
A lentidão do sistema postal ameaça a validade dos votos enviados fora do prazo estipulado, colocando em xeque a participação democrática de milhares de cidadãos portugueses e lusodescendentes ao redor do mundo.
Em Mato Grosso do Sul, onde portugueses e descendentes vivem em todos os 79 municípios, o risco de não votar é cada vez mais real. Caso os envelopes não cheguem até sexta-feira, os eleitores ficarão excluídos do processo eleitoral deste ano.
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