Bolsonarista manda petista “calar a boca” durante fala sobre manifestações
Petista pediu o impeachment do presidente Jair Bolsonaro e disse que pessoas foram ameaçadas a participar
O assunto na Assembleia Legislativa foram as manifestações realizadas ontem, em todo País, durante o dia 7 de Setembro. E os lados opostos acabaram se atacando durante a sessão híbrida desta quarta-feira (08). O auge da discussão foi o deputado estadual Carlos Alberto David (sem partido), que mandou o petista Pedro Kemp calar a boca enquanto falava (confira o vídeo).
“Tem algumas questões faladas pelo deputado Pedro Kemp que fica falando de golpe. Golpe nós tivemos na população brasileira, que teve o desprazer de escolher de forma contínua candidatos do qual ele pertence e que, ao invés, de governar para o povo brasileiro, surripiaram o que encontraram nos cofres da União e nas empresas estatais. Aí vem dizer de golpe, é muita hipocrisia que as pessoas acreditem nesse discurso surrado. É muita hipocrisia”, disse o deputado David.
Neste momento, Kemp interrompe a fala e repete inúmeras vezes: “hipócrita é o senhor, hipócrita é o senhor. Mantenha o decoro, mantenha o decoro”. Em resposta, David mandou o petista se calar, aos gritos.
“Esse deputado falou todo o tempo e eu não falei nada, apesar de ficar aqui revoltado. Então, deputado, o senhor cala a boca, que eu to falando. O senhor cala a boca. Cala a boca! Eu estou com a palavra e gostaria de ser respeitado”, esbravejou David.
O deputado Amarildo Cruz (PT) pediu a intervenção da Mesa Diretora. “Presidente, tem que intervir aí”, pontuou. O presidente da Mesa Diretora, Paulo Corrêa (PSDB), disse que estava no comando. “Já intervi, deputado Amarildo. Tem presidente aqui. Gostaria que fosse garantida a palavra do orador que está na tribuna. Se quiser falar qualquer coisa, tem que ser depois.”
Agradecido, David voltou a atacar. “Quem não tem decoro, é quem usa o tempo para contar mentiras para o povo do Mato Grosso do Sul”. Na sequência, Kemp desabafou: “Ah, eu tô cansado dessa baboseira aí.”
Por fim, o parlamentar que ainda está em Brasília (DF) e apoia o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), concluiu. “Aí fica difícil presidente. O senhor se controle deputado. Tá parecendo os membros do seu partido. Já perderam as estribeiras há muito tempo. Vão levar uma surra nas urnas. Não posso permitir que enquanto estiver falando, pessoas possam nos interromper. Nos agredindo e dando uma falta de respeito e demonstração que não condiz com a grandeza da nossa Casa".
Kemp não deixou quieto e disse que "quem agrediu primeiro, foi o senhor". Ao final da sessão, ele ainda tentou se reescrever para uma nova defesa, mas foi impedido pelo presidente da Mesa, em exercício, Herculano Borges (Solidariedade) de falar, alegando regras da sessão híbrida.
Posicionamento - A discussão começou após Pedro Kemp falar que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), insuflou e provocou as manifestações de ontem (07).
"Vai até palanque de campanha eleitoral e diz que se o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) não enquadrar os seus, vai ser obrigado a fazer o que ele não quer. O que é isso? Golpe de estado. Ameaça Alexandre de Moraes, fala que ele não existe mais e não vai acatar suas decisões. Isso é um verdadeiro crime de responsabilidade muito bem caracterizado de acordo com o artigo 85 da Constituição Federal. Isso é para tomar a providencia do impeachment", afirmou Kemp.