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Política

Candidato a governador do PSTU defende fim de isenções e concessões

Josemil Arruda e Edivaldo Bitencourt | 23/06/2014 08:00
Marco Monje defende legalização de ocupações de terras e expropriações (Foto: arquivo)
Marco Monje defende legalização de ocupações de terras e expropriações (Foto: arquivo)

Primeiro entrevistado na rodada de entrevistas do Campo Grande News, o candidato a governador do PSTU, Marco Antônio Oliva Monje, é favorável a um governo baseado na criação de conselhos populares e de trabalhadores para formulação das políticas públicas. Monje e seu partido, de orientação marxista e pela superação do capitalismo, são contra incentivos fiscais para atrair indústrias e também rejeitam concessões de serviços públicos.

“Não concordamos com as concessões. Defendemos que o Estado assuma a administração das rodovias”, afirma Monge na entrevista, ao ser indagado sobre a manutenção ou não do Fundersul, já que há oito rodoviais passando pelo processo de concessão.

Veja abaixo a íntegra de entrevista de Monje:

Campo Grande News - O que o senhor considera elogiável no atual governo do Estado e pretende continuar caso seja eleito?

Monje - O termino do seu mandato e a possibilidade de um governo da classe trabalhadora.

Campo Grande News - O que o senhor pretende fazer de mudanças principais no governo do Estado caso seja eleito?

Monje - A principal mudança será na perspectiva de se construir um governo voltado para a classe trabalhadora e que atenda às necessidades básicas dessa classe.

Campo Grande News - Um dos principais desafios da administração pública é o caos no sistema público de saúde, que superlota as unidades de Campo Grande. Quais as propostas para melhorar o atendimento na rede pública no Estado?

Monje - A Saúde é um direito de todos e dever do Estado. É inadmissível que um Estado como o MS esteja nessa situação.
Para construir um sistema de saúde eficaz é necessário discutir e formular uma proposta adequada para o mesmo junto àqueles que convivem com os problemas diários do setor (atendentes, enfermeiros, médicos, agentes de saúde) e a população. Sendo assim, as organizações dos trabalhadores na área da saúde serão consultadas e terão poder de decisão na elaboração, construção e na execução de um planejamento para o setor de saúde do Estado.
Defenderemos e lutaremos:
- Construção de Hospitais Públicos Municipais, estadual e/ou federal com verbas vindas do governo federal e com contrapartida do governo estadual com o objetivo de atender a demanda de toda a região;
- Garantir e manter com verbas federal, estadual e municipal o atendimento de 100% da população com o programa da saúde da família;
- Melhoria na qualidade do atendimento no serviço público de saúde.

Campo Grande News - O Estado atraiu muitas indústrias com a concessão de incentivos fiscais. No entanto, as indústrias optaram mais pelas regiões centro e leste de Mato Grosso do Sul. Quais as alternativas para levar o desenvolvimento a todas as regiões?

Monje - Somos contra a concessão de incentivos fiscais, pois onera o Estado e este deixa de investir nas áreas sociais. O Estado deve ter um olhar para os países vizinhos Paraguai e Bolívia. O que MS pode produzir e/ou já produz para exportar para esses países.

Campo Grande News - Quais suas prioridades em matéria de logística para garantir o desenvolvimento do Estado?

Monje - Retomada das ferrovias e hidrovias.

Campo Grande News - Atualmente, o Estado impulsiona os festivais de Inverno de Bonito e América do Sul em Corumbá e o MS Canta Brasil em Campo Grande. O senhor pretende manter esses projetos ou implementará mudanças? Quais?

Monje - Sim. Quanto às mudanças todo e qualquer evento realizado pelo Governo necessitará ser avaliado. Serão convidados para avaliar nos conselhos populares (a serem criados) toda a população. E a partir dessa avaliação estaremos também recebendo sugestões para a melhoria dos próximos festivais.

Campo Grande News - Na educação, quais serão as prioridades do seu Governo?

Monje - Para se construir um município, um Estado ou um País culturalmente, socialmente e economicamente desenvolvido será necessário o investimento na educação. A educação que defendemos é pública, laica e de qualidade. Para que tenhamos mais verbas para o setor lutaremos que o governo federal invista 10% do PIB em educação, já!

Em nosso governo retomaremos o investimento na educação aplicando 30% do seu orçamento na educação. As propostas para a melhoria da qualidade de ensino não devem partir de cima para baixo, ou seja, não devem ser discutidas, formuladas e aprovadas por um grupo de pseudo iluminados, pelo contrário devem ser construídas e definidas por aqueles que estão diariamente nas escolas, sentindo na pele os reais e difíceis problemas da educação. Os trabalhadores em educação (professores, administrativos, auxiliares de limpeza, auxiliares de disciplina, merendeiras), pais e alunos serão chamados a debater junto ao Poder Executivo, os rumos da educação no Estado e também a destinação da aplicação dos recursos financeiros nessa área.

-10% PIB para a educação pública, já!
- Aumentos salariais para professores e funcionários;
- Educação de qualidade em todos os níveis e para todos;
- Construção de escolas e universidades adequadas às necessidades dos educandos.
- Revisão do Estatuto e dos Planos de Cargos e Carreiras dos trabalhadores em educação em conjunto com as entidades representativas das categorias.

Campo Grande News - O Aquário do Pantanal deve ser concluído neste ano. Como o senhor pretende implementar a gestão do local?

Monje - Mensagem de Lei para a Assembleia Legislativa para criação de novos cargos e carreira e em seguida concurso de provas e títulos para lotar os novos servidores no local. Em todo o governo a gestão será com os conselhos populares.

Campo Grande News - Com a concessão de oito rodovias estaduais, o senhor pretende manter o Fundersul?

Monje - Não concordamos com as concessões. Defendemos que o Estado assuma a administração das rodovias. Vamos enviar mensagem de Lei à Assembleia Legislativa para extinguir o Fundersul.

Campo Grande News - O Estado ainda tem um grande déficit habitacional, qual a sua meta de construção de casas populares?

Monje - Legalização das ocupações de terras e urbanização dos terrenos;
- Expropriação das grandes empresas e grandes proprietários de terrenos, casas e apartamentos dedicados à especulação imobiliária;
- Plano de obras públicas através de mutirões para a construção de casas populares, escolas e creches através das secretarias de infraestrutura e obras barateando o custo de construção e utilizando prioritariamente a mão de obra local até zerar o déficit habitacional.

Campo Grande News - Atualmente, o Estado contempla cerca de 60 mil famílias com o Vale Renda. O senhor pretende implementar mudanças no programa?

Monje - No Governo inicialmente faremos a análise e a revisão de todos os programas sociais para posteriormente fazermos as mudanças que forem necessárias.

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