De 42 mil servidores com consignado, mil têm quase todo salário comprometido
Mais da metade do funcionalismo público estadual, entre ativos e inativos, deve aos bancos
Mais da metade dos servidores públicos, entre ativos e inativos, da folha do Executivo Estadual devem consignados, ficando com parte dos vencimentos retidos. São 42.133 pessoas, sendo que um grupo encontra-se em uma situação dramática, com o comprometimento chegando a 90% do salário ou benefício.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
O deputado estadual Mochi Júnior (MDB) destacou a grave situação financeira enfrentada por servidores públicos e inativos, com mais da metade deles comprometendo parte significativa de seus salários em empréstimos consignados. Dados da Secretaria de Administração revelam que 42.133 pessoas estão nessa condição, com um grupo comprometendo até 90% de sua remuneração. Mochi defende a realização de um debate para buscar soluções que aliviem o endividamento, como a seleção de instituições financeiras para concessão de crédito e a possibilidade de portabilidade entre bancos. Ele enfatiza a necessidade de condições mais favoráveis, como juros menores e um plano que permita o alongamento das dívidas, visando melhorar a qualidade de vida dos servidores.
Os números são da Secretaria de Administração, repassados ao deputado estadual Mochi Júnior (MDB), que falou sobre o tema esta manhã na Assembleia Legislativa e apontou a necessidade de um debate para mudar o cenário e fazer sobrar mais dinheiro do salário todo mês.
O deputado contou que passou a se dedicar ao assunto porque, como advogado, já atuou em favor de sindicatos dos servidores e verificou uma situação “extremamente delicada”, o que classificou de um problema recorrente. Ele mencionou receber relatos de pessoas com depressão e até pensamentos suicidas.
Agora que obteve um raio-x, mostrando que mais da metade dos 82 mil integrantes da folha de pagamento (cerca de 29,4 mil são inativos) é possível envolver servidores e também o governador Eduardo Riedel (PP) em uma discussão, analisou Mochi.
Ele disse que os valores emprestados pelo conjunto dos servidores são de R$ 9,3 bilhões, com R$ 7 bilhões ainda a serem quitados, quase um ano de folha salarial paga pelo Executivo. Reconhecendo o problema, recentemente o Governo conseguiu a possibilidade de antecipação de adiantamento de até 30% da remuneração bruta por meio de cartão de crédito sem custos adicionais, uma forma de evitar que os servidores ampliem o endividamento com consignados.

Além do grupo que tem quase tudo que ganha comprometido, o deputado mencionou que há mais de 35 mil com o comprometimento acima de 40%, que é o limite legal, sendo 35% na conta corrente e 5% no cartão de crédito. Isso acontece porque são dívidas antigas, contratadas antes do surgimento do limite e que foram se avolumando.
A solução – Para Mochi, a solução passa por selecionar um número limitado de bancos e instituições financeiras a oferecer crédito aos servidores, como forma de exercer maior controle. Ele lembra da possibilidade de portabilidade entre bancos, o que permitiria ao governo negociar com instituições maiores, incluindo os bancos oficiais (Caixa Econômica e Banco do Brasil), condições que reduzissem o comprometimento mensal da folha com dívidas. Na perspectiva do deputado, seria possível lutar por juros menores e um plano “que alongue o perfil da dívida”, dando um respiro aos endividados.


