MP apura uso de candidatura laranja para fraudar cota de gênero em Rio Brilhante
Denúncia anônima aponta candidata com três votos e sem campanha efetiva como laranja nas eleições de 2024
O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) está investigando uma possível fraude eleitoral envolvendo o PL (Partido Liberal) de Rio Brilhante, a 160 quilômetros de Campo Grande. Uma manifestação anônima recebida pela Ouvidoria do MP alega que a candidata Gleice Londeiro teria sido utilizada como "candidata laranja" para burlar a cota de gênero nas eleições municipais de 2024.
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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul investiga uma possível fraude eleitoral envolvendo a candidata Gleice Londeiro, do PL de Rio Brilhante, que recebeu apenas 3 votos nas eleições municipais de 2024. A denúncia aponta que ela foi utilizada como "candidata laranja" para cumprir a cota de gênero, já que não realizou atividades de campanha e não pediu votos nas redes sociais. A investigação foi iniciada após uma manifestação anônima, e o MP está analisando as provas para apurar a responsabilidade dos envolvidos, uma vez que a prática de candidaturas fictícias pode levar à impugnação da chapa e sanções judiciais ao partido.
A investigação teve início após o recebimento de um documento protocolado e encaminhado pelo Promotor de Justiça e Ouvidor do MP, Renzo Siufi, para análise e adoção das medidas cabíveis. A manifestação denuncia que a candidata não realizou atividades de campanha e obteve apenas 3 votos nas eleições. Segundo o relato, a candidata não pediu votos em redes sociais e, nos últimos dias de campanha, manifestou apoio a outro candidato.
De acordo com o documento, Gleice Londeiro não participou de eventos públicos, comícios ou distribuição de materiais de campanha. Uma análise das redes sociais da candidata revelou que suas últimas postagens relacionadas a eleições foram feitas em 2022, sem qualquer menção à candidatura de 2024. O perfil de Gleice também continha conteúdo crítico ao atual prefeito da cidade, mas sem qualquer proposta ou divulgação de sua própria campanha.
O PL de Rio Brilhante é acusado de inscrever Gleice apenas para cumprir a exigência legal de cota de gênero, sem intenção real de promover sua candidatura. A prática configura uma fraude eleitoral, segundo a legislação vigente, que busca assegurar a participação feminina na política.
A cota de gênero estabelece que pelo menos 30% das candidaturas devem ser preenchidas por mulheres. Quando uma candidatura fictícia é utilizada para preencher essa cota, o partido pode responder judicialmente e ter a chapa impugnada. O MP está analisando as provas e deve adotar medidas para apurar a responsabilidade dos envolvidos.
A reportagem não conseguiu contato com a candidata cita nem com o diretório do PL em Rio Brilhante. O espaço segue aberto para manifestações.