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Política

Oposição já tem votos para cassar o mandato do prefeito Alcides Bernal

Edivaldo Bitencourt | 08/03/2014 10:19
Bernal pode ser o primeiro prefeito a ser cassado na história de Campo Grande (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Bernal pode ser o primeiro prefeito a ser cassado na história de Campo Grande (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)

A oposição na Câmara Municipal de Campo Grande já garante ter os votos suficientes para cassar o mandato do prefeito Alcides Bernal (PP). O Campo Grande News apurou que, pelo menos, 20 vereadores estariam fechados para votar a favor do afastamento do progressista do cargo na quarta-feira (12), quando está prevista a retomada da sessão de julgamento.

Após a nomeação do suplente do senador Delcídio do Amaral (PT) e empresário Pedro Chaves para a Secretaria Municipal de Governo, Bernal ganhou força e chegou a reduzir a oposição no legislativo municipal de 22 para 17 vereadores.

Ele chegou a contar com o apoio, inclusive, de opositores ferrenhos, como o peemedebista Paulo Siufi (PMDB), que presidiu a CPI do Calote. A investigação culminou na Comissão Processante e no pedido de cassação do mandato de Bernal.

Paulo Pedra mudou de lado e continua como o mais ardoroso defensor do prefeito (Foto: Cleber Gellio/Arquivo)
Paulo Pedra mudou de lado e continua como o mais ardoroso defensor do prefeito (Foto: Cleber Gellio/Arquivo)
Paulo Siufi ensaio ser aliado e voltou a ser oposição (Foto: Cleber Gellio/Arquivo)
Paulo Siufi ensaio ser aliado e voltou a ser oposição (Foto: Cleber Gellio/Arquivo)

Siufi mudou de posição após indicar a prima, a médica Lilliam Maksoud Gonçalves, para presidir o Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande. Neste toada, passaram a apoiar o prefeito os vereadores Jamal Salem (PR), Alceu Bueno (PSC), Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), Paulo Pedra (PDT) e Edson Shimabukuro (PTB).

Pedra, que indicou o novo presidente da Emha (Agência Municipal de Habitação), é o único voto dado como perdido pela oposição. De ferrenho adversário, ele passou a defender Bernal mais do que o líder do prefeito, Marcos Alex (PT).

Shimabukuro está na base, mas segue insatisfeito por não conseguir nomear mais ninguém além do presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito). Ele chegou a admitir, nesta semana, publicamente a barganha por cargos políticos. O parlamentar é considerado um dos que podem mudar de lado e ampliar o número de votos da oposição a favor da cassação de Bernal.

Outro que mudou de lado, mas deixou a base, foi o vereador tucano João Rocha. Insatisfeito com Bernal, ele brigou após ter a mulher, professora da rede pública, transferida de um programa social executado há décadas e ser obrigada a trabalhar, mesmo enfrentando um câncer.

O vereador Chocolate (PP), que foi fiel escudeiro do prefeito durante a campanha e no início da gestão, é apontado como voto certo pela cassação do prefeito. Além de reverter a expulsão do PP na Justiça, ele teve manifestação de apoio da cúpula nacional do partido, apesar de Bernal ser o presidente regional da sigla.

Mario Cesar, presidente da Câmara Municipal, vai presidir a sessão de julgamento do prefeito da Capital (Foto: Cleber Gellio)
Mario Cesar, presidente da Câmara Municipal, vai presidir a sessão de julgamento do prefeito da Capital (Foto: Cleber Gellio)

Dos 29 vereadores, Bernal conta apenas com os votos de Cazuza (PP), Luiza Ribeiro (PPS), Paulo Pedra, Gilmar da Cruz (PRB) e dos três petistas, Alex, Zeca do PT e Ayrton Araújo.

Jamal pode ter retornado para a oposição após o prefeito recuar da decisão de substituir o secretário municipal de Saúde, Ivandro Fonseca. Ele chegou a prometer que a demissão ocorreria no início de fevereiro, mas descartou a demissão.

Siufi foi obrigado a recuar da decisão de apoiar Bernal após pressão do PMDB. Como o voto é aberto, ele corria o risco de ser expulso do partido por infidelidade partidária.

Com a decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Félix Fischer, que suspendeu a decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, a Câmara pode julgar o prefeito e cassar-lhe o mandato.

Os vereadores marcaram a sessão para quarta-feira (12). Para retardar o processo, o prefeito evitou ser notificado ontem. A assessoria do município informou que ele estava viajando. Os vereadores desconfiam que ele está na cidade e fugiu, de propósito, da notificação ontem à tarde.

Bernal e o ex-aliado, Chocolate: ele é considerado voto certo a favor da cassação (Foto: Cleber Gellio/Arquivo)
Bernal e o ex-aliado, Chocolate: ele é considerado voto certo a favor da cassação (Foto: Cleber Gellio/Arquivo)
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