Oposição quer CPI para apurar suposta funcionária fantasma em Água Clara
Uma das denúncias aponta uso de servidora pública para serviços particulares na casa da prefeita
Após o vereador Alfredo Alexandrino (PSB) denunciar uma suposta funcionária fantasma na Secretaria Municipal de Assistência Social de Água Clara - cidade localizada a 195 km de Campo Grande -, a Câmara local deve receber nesta segunda-feira (17) um pedido de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar a situação.
A sessão deve começar por volta das 17h e, segundo Alfredo, ele possui dezenas de vídeos, documentos, portarias municipais e até holerite a apresentar no trabalho de investigação, caso ele seja de fato aberto pelos demais vereadores.
Recentemente, Alfredo, que faz parte da oposição, fez diversas denúncias sobre contratações irregulares e chegou a solicitar acesso a folha de ponto da algumas pastas, como a Secretaria de Esportes, mas não conseguiu a permissão.
A última denúncia feita por ele foi a que chamou mais a atenção e se refere a uma suposta contratação por três meses de uma funcionária particular da prefeita Gerolina Alves (PSD) como servidora da secretaria de Assistência Social, sem que fosse ao local trabalhar regularmente, e sim a casa da prefeita.
No vídeo postado por ele na própria página pessoal do Facebook, ele expõe a situação e mostra a funcionária em vários dias no mês de março passando em frente à secretaria e não entrando, seguindo até a casa da prefeita, onde seria doméstica.
"Ficamos sabendo em fevereiro e fomos investigar. Após a denúncia, a funcionária foi exonerada", explica Alfredo à reportagem. Conforme pode ser confirmado no site da Transparência da prefeitura de Água Clara, a funcionária, Nilza Candida, foi registrada pelo Poder Público como auxiliar de serviços gerais.
A contratação durou de 13 de janeiro deste ano até 29 de março. Nesse período, a prefeitura pagou R$ 3.447,99 para Nilza em rendimento bruto - mensalmente, a funcionária recebeu em remunerações líquidas os valores de R$ 610,50 referente a janeiro, R$ 1.017,50 em fevereiro e R$ 1.684,38 em março.
A reportagem tentou contato com os envolvidos apontados. O contato de Nilza não foi encontrado, enquanto as ligações feitas à prefeita Gerolina Alves não foram atendidas até o fechamento da matéria, assim como as chamadas à prefeitura. O espaço permanece aberto para manifestação de ambas as partes.