Riedel classifica prisão domiciliar de Bolsonaro de “excesso judicial”
Governador vê decisão do STF como fator de escalada de tensões políticas e pede “normalidade institucional"
O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), criticou nesta terça-feira (5) a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Riedel, que contou com o apoio de Bolsonaro durante a campanha ao governo do estado em 2022, classificou a medida como “excesso judicial” e alertou para riscos de aumento da instabilidade política no país.
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Governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, critica a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Riedel, que recebeu apoio de Bolsonaro em sua campanha eleitoral, classifica a decisão como "excesso judicial" e alerta para o risco de aumento da instabilidade política. Para o governador, medidas como prisão domiciliar, restrição de direitos e apreensão de celulares, antes da conclusão do julgamento, intensificam as tensões políticas e jurídicas no país. Riedel defende a redução das tensões institucionais, priorizando o diálogo político e a estabilidade, fundamentais para enfrentar os desafios econômicos e sociais do Brasil. O governador argumenta que o foco deve ser o país e não a política, buscando a pacificação em um momento de incertezas. Riedel, que manteve proximidade com Bolsonaro mesmo após as eleições presidenciais, vê no ex-presidente um importante aliado político para as próximas eleições.
“Prisão domiciliar, com restrição de direitos fundamentais e sem julgamento concluído, são excessos judiciais que geram temerária escalada da tensão política e jurídica no país”, afirmou o governador em nota divulgada enquanto cumpre agenda no continente asiático para buscar novos mercados às exportações sul-mato-grossenses.
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A decisão do STF, anunciada na segunda-feira (4), impôs a Bolsonaro o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de visitas não autorizadas e apreensão de celulares. Moraes apontou descumprimento de medidas cautelares anteriores, alegando que o ex-presidente utilizou redes sociais de aliados para divulgar mensagens de ataque ao Supremo e de incentivo a intervenção estrangeira no Judiciário brasileiro.
Riedel disse que o país vive um momento de “grandes e graves incertezas econômicas” e defendeu que as autoridades busquem reduzir as tensões institucionais. “Nada disso ajuda os brasileiros neste momento. Só compromete ainda mais a pacificação do país”, declarou.
Segundo o governador, a prioridade deveria ser a retomada do diálogo político e a garantia de estabilidade institucional para enfrentar problemas sociais e econômicos. “A responsabilidade pública e o esforço de todos agora devem ser na direção de flexibilizar e reduzir as tensões, retomando progressivamente o diálogo e não o contrário. Precisamos pensar menos em política e mais no país agora”, completou.
Eduardo Riedel é um dos governadores que mantiveram proximidade política com Jair Bolsonaro mesmo após a eleição presidencial de 2022. Durante a campanha ao governo estadual, recebeu apoio explícito do ex-presidente em atos e nas redes sociais e para o pleito do ano que vem, Riedel já declarou que o ex-presidente será um importante cabo eleitoral.