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Saúde e Bem-Estar

Gravidez na adolescência cai em MS e vai na contramão do Brasil

Estado reduziu índice em 1,54% entre 2022 e 2025, enquanto taxa nacional teve aumento de 3,87%

Por Gabi Cenciarelli | 23/12/2025 14:41
Gravidez na adolescência cai em MS e vai na contramão do Brasil
A taxa de gravidez na adolescência em Mato Grosso do Sul vem caindo de forma contínua na última década. (Foto: Divulgação)

Mato Grosso do Sul encerra 2025 com queda na taxa de gravidez na adolescência, em movimento oposto ao registrado no país. Entre 2022 e 2025, o índice no Estado caiu de 14,92% para 12,65%, segundo dados do Sinasc (Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos). No mesmo período, o Brasil teve aumento de 3,87%.

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Mato Grosso do Sul registrou queda na taxa de gravidez na adolescência, passando de 14,92% para 12,65% entre 2022 e 2025, enquanto o Brasil apresentou aumento de 3,87% no mesmo período. A redução é atribuída à ampliação do acesso a métodos contraceptivos de longa duração e ações educativas. O estado observou uma diminuição significativa nos casos ao longo dos anos. Em 2015, foram registrados 8.315 nascidos vivos de mães entre 15 e 19 anos, número que caiu para 2.861 em 2025. Entre meninas com menos de 15 anos, os registros reduziram de 514 para 171 no mesmo intervalo.

De acordo com a coordenadora de Saúde da Mulher, Criança e Maternidade da Secretaria de Estado de Saúde, Andriely Gomes, a redução está relacionada à ampliação do acesso a LARCs (métodos contraceptivos de longa duração), além de ações educativas e da capacitação das equipes da Atenção Primária.

Os LARCs incluem métodos como o DIU (Dispositivo Intrauterino) e implantes hormonais, que atuam por longos períodos e não exigem uso diário, o que reduz falhas comuns em métodos de curta duração, especialmente entre adolescentes.

Gravidez na adolescência cai em MS e vai na contramão do Brasil
Dados do Sinasc apontam redução nos registros de gravidez entre adolescentes em MS entre 2022 e 2025. (Foto: Divulgação)

“A expansão dos LARCs tem impacto direto no indicador. Quando a adolescente tem acesso a um método de longa duração, seguro e gratuito, ela evita uma gravidez não planejada e conquista mais autonomia sobre suas escolhas. Esse acesso ampliado explica parte importante da redução que observamos no Estado”, afirma Andriely.

Em 2025, a Secretaria de Estado de Saúde ampliou a capacitação das equipes para a inserção desses métodos, com oficinas realizadas em Nova Andradina, Campo Grande e Costa Rica. Também foram promovidas nove oficinas territoriais do projeto “Educar para Transformar” e uma webaula estadual sobre Prevenção do HPV e Gravidez na Adolescência, com participação de representantes dos 79 municípios.

“A informação correta e o acolhimento fazem diferença. Quando a adolescente encontra uma equipe preparada para conversar sem julgamento, ela entende que tem direitos, tem opções e pode planejar seu futuro”, explica Andriely.

Os dados mostram que a redução vem se mantendo ao longo dos últimos anos. Em 2015, Mato Grosso do Sul registrou 8.315 nascidos vivos de mães entre 15 e 19 anos. Em 2025, esse número caiu para 2.861. Entre meninas com menos de 15 anos, os registros passaram de 514 para 171 no mesmo período.

Gravidez na adolescência cai em MS e vai na contramão do Brasil
Grupo aprendendo sobre métodos possíveis (Foto: Divulgação)

Mesmo com a queda, a coordenadora avalia que o tema exige acompanhamento constante. “A queda é consistente, mas ainda há desafios. Seguimos trabalhando para que nenhuma adolescente engravide por falta de informação, apoio ou acesso a métodos seguros”.

“Cada ponto reduzido representa uma menina que tem mais tempo para estudar, sonhar e construir seu próprio caminho. Essa é a política pública que transforma vidas”, conclui.