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Saúde em Equilíbrio

Governo brasileiro contesta declaração de Trump sobre paracetamol e autismo

Ministério combate desinformação e reafirma segurança de analgésico para gestantes

Por Gustavo Bonotto | 23/09/2025 21:15
Governo brasileiro contesta declaração de Trump sobre paracetamol e autismo
Cartelas de analgésico, o paracetamol, vendido em farmácia da Capital. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

O Ministério da Saúde emitiu nesta terça-feira (23), em Brasília (DF), um comunicado para reforçar que o paracetamol é seguro, eficaz e não provoca autismo. A nota foi divulgada um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, associar o uso do medicamento durante a gravidez ao diagnóstico de autismo, sem apresentar evidências científicas.

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O Ministério da Saúde do Brasil reafirmou a segurança do paracetamol, negando qualquer ligação com o autismo. A declaração foi emitida após o ex-presidente americano Donald Trump associar o uso do medicamento por gestantes ao transtorno, sem apresentar evidências. A pasta alerta para os riscos da desinformação, relembrando os impactos negativos durante a pandemia de Covid-19. O ministério ressalta que alegações infundadas podem prejudicar a saúde pública e desrespeitam pessoas com autismo e suas famílias. A posição brasileira alinha-se com a OMS, EMA e autoridades de saúde globais, que negam a relação entre paracetamol e autismo. O medicamento segue sendo recomendado para gestantes, com uso controlado, por entidades como o NHS do Reino Unido. O ministério reforça a importância da atuação responsável de líderes para a confiança pública em medicamentos e na saúde.

A pasta explicou que a manifestação busca conter desinformação e proteger a saúde de mães e filhos que utilizam o fármaco para dor e febre.

Segundo o Ministério da Saúde, a divulgação de informações falsas por líderes políticos pode gerar pânico e prejuízos graves à saúde pública. A pasta citou exemplos da pandemia de Covid-19, quando notícias erradas contribuíram para a perda de mais de 700 mil vidas no Brasil. O ministério também destacou que associar o paracetamol ao autismo desrespeita pessoas com TEA (transtorno do espectro autista) e suas famílias.

A declaração de Trump foi rebatida pela OMS (Organização Mundial da Saúde), pela EMA (Agência Europeia de Medicamentos) e por autoridades de saúde do Reino Unido. A EMA afirmou que revisou estudos sobre o neurodesenvolvimento de crianças expostas ao paracetamol no útero e concluiu que não há evidências de risco. A agência disse que o medicamento continua sendo seguro para gestantes quando usado corretamente.

Entidades médicas nos Estados Unidos, como o Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia, também negaram qualquer relação entre o uso do analgésico durante a gestação e alterações no desenvolvimento fetal.

No Reino Unido, o NHS (Serviço Nacional de Saúde) mantém o paracetamol como a principal opção de analgésico para grávidas, reforçando sua segurança em uso controlado. A fabricante Kenvue, responsável pelo medicamento no país, afirmou que não há sustentação científica para a alegação de Trump.

O ministério explicou que o TEA é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades na comunicação, interação social, padrões de comportamento repetitivos e interesses restritos. Segundo a pasta, divulgar que o transtorno está relacionado ao uso do paracetamol pode levar à recusa de tratamentos essenciais e causar prejuízo à saúde de mães e filhos. A nota enfatiza que a prioridade do governo é reverter os impactos do negacionismo, que comprometeram campanhas de vacinação e políticas de saúde no país.

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Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.