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A força do empreendedorismo feminino hoje

Por Roberta Oliveira (*) | 19/11/2025 08:30

No dia 19 de novembro, a ONU celebra o Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino para destacar o impacto econômico das mulheres que empreendem e incentivar políticas que ampliem sua participação no mercado.

De 2014 para cá, muita coisa mudou. O empreendedorismo feminino cresceu, ganhou força e hoje ocupa espaço real na economia brasileira. Segundo o Sebrae (2024), as mulheres já são 34% dos donos de negócios no país. O Global Entrepreneurship Monitor (GEM Brasil 2023), maior estudo mundial sobre empreendedorismo, mostra que a taxa feminina está praticamente empatada com a masculina, com menos de 1 ponto percentual de diferença.

E não é só número. O GEM aponta que negócios liderados por mulheres têm maior taxa de sobrevivência nos primeiros anos e maior investimento em capacitação, planejamento e gestão financeira.

Ainda assim, muita gente insiste em olhar apenas para as dificuldades. Elas existem, claro. Mas quando olhamos só para elas, perdemos o fio mais importante: a transformação real que está acontecendo.

Um ponto pouco discutido com honestidade é que parte dos gaps de liderança não acontece apenas por falta de oportunidade, mas também por preparo e, muitas vezes, por escolha. Liderar exige estudo, tempo, constância e entrega. E muitas mulheres vivem jornadas múltiplas. A maternidade, por exemplo, é uma escolha profunda e linda, mas muda a dinâmica da vida. É natural que o rendimento, a energia e o ritmo não sejam os mesmos de quem não é mãe ou de homens que, culturalmente, ainda não dividem as responsabilidades na mesma proporção. Não é demérito. É contexto.

Falo isso também como empresária. Empreendo há quase 10 anos. Carrego minhas próprias batalhas, decisões difíceis, momentos de acelerar e momentos de reorganizar a rota. Não romantizo e não dramatizo. Vivo a realidade: já tive chefes mulheres e homens, ótimas lideranças e lideranças difíceis, de ambos os gêneros. Desafios não escolhem gênero. Pessoas, sim, fazem escolhas que afetam seus resultados.

Ao longo dessa caminhada, percebi que o empreendedorismo feminino não precisa ser tratado como uma luta constante. Ele pode ser visto como um movimento de construção. Há mulheres abrindo empresas sólidas, inovando, estudando, ocupando seu espaço e, principalmente, produzindo impacto real na economia.

O Conselho da Mulher Empresária e Executiva da ACICG existe justamente para fortalecer esse avanço de forma prática. Ele funciona como uma rede de apoio para mulheres que desejam empreender melhor, se posicionar com mais clareza e evoluir na condução dos seus negócios. Nosso foco é profissionalismo, ética e desenvolvimento real, oferecendo um ambiente onde quem busca crescimento encontra troca, orientação e suporte.

Toda a atuação do Conselho é guiada por três pilares que sustentam essa jornada: produtividade, para aprimorar processos e alcançar resultados mais consistentes; desenvolvimento profissional, que amplia conhecimento, visão de negócio e capacidade de liderança; e networking, que conecta mulheres, oportunidades e experiências que fortalecem todo o ecossistema empreendedor. Esses pilares estruturam um espaço vivo, que apoia quem quer evoluir e contribui diretamente para a maturidade do empreendedorismo feminino em Campo Grande.

O Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino é importante porque nos lembra disso. Não para repetir discursos prontos, mas para celebrar a evolução, reconhecer as diferentes trajetórias e reforçar a necessidade de ambientes que apoiem quem quer crescer. Ambientes que ofereçam capacitação, networking, políticas realistas de desenvolvimento e trocas maduras entre profissionais.

Como coordenadora do Conselho da Mulher Empresária e Executiva da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande, vejo todos os dias mulheres que não querem ser tratadas como vítimas, mas como protagonistas. Mulheres que buscam preparo, querem liderar, crescer, empreender e assumir seus próprios resultados.

Se existe uma mensagem para este 19 de novembro, talvez seja esta: o empreendedorismo feminino já mudou. E continua mudando. Cabe a todas nós, que vivemos isso com os pés no chão e a cabeça no futuro, manter esse movimento vivo, profissional e consciente. Porque quando uma mulher empreende com preparo, propósito e apoio, o negócio dela não avança sozinho. Avança a economia inteira.

(*) Roberta Oliveira é coordenadora do Conselho da Mulher Empresária e Executiva da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande e empresária no mercado securitário e financeiro

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.