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Economia

Sindicalização cai pela metade no Centro-Oeste e chega à menor taxa do Brasil

Região reduziu nível de 14% em 2012 para 6,9% em 2024, segundo o IBGE

Por Guilherme Correia | 19/11/2025 08:42
Sindicalização cai pela metade no Centro-Oeste e chega à menor taxa do Brasil
Manifestação sindical de professores em 2024, em Campo Grande (Foto: Arquivo)

A taxa de sindicalização entre a população ocupada do Centro-Oeste caiu de 14% em 2012 para 6,9% em 2024, alcançando o menor nível entre todas as regiões brasileiras, segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, na série “Características Adicionais do Mercado de Trabalho”.

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A taxa de sindicalização no Centro-Oeste brasileiro atingiu seu menor nível histórico, caindo de 14% em 2012 para 6,9% em 2024, conforme dados da PNAD Contínua. A região registra atualmente o menor índice de trabalhadores sindicalizados do país, acompanhando uma tendência nacional de queda. O declínio na sindicalização é observado em todas as regiões brasileiras, com a taxa nacional recuando de 16,1% para 8,9%. Entre os fatores apontados pelo IBGE estão as mudanças estruturais no mercado de trabalho e a expansão de formas mais flexíveis de emprego. O contingente nacional de sindicalizados em 2024 é de 9,1 milhões de pessoas.

A redução coloca o Centro-Oeste entre as regiões com as maiores quedas na filiação sindical ao longo do período analisado. O recuo foi similar ao do Norte, que passou de 14,8% para 7%, e ao do Sul, que caiu de 20,3% para 9,8% entre 2012 e 2024.

No mesmo intervalo, a taxa nacional diminuiu de 16,1% para 8,9%. Em 2022, outra pesquisa indicava que Mato Grosso do Sul tinha 7,3% de sindicalização.

Nas demais regiões, o Nordeste reduziu de 16,6% para 9,3%, enquanto o Sudeste passou de 14,9% para 9,2%.

Apesar do recuo, o Sul segue com o maior percentual de trabalhadores sindicalizados em 2024, seguido pelo Sudeste e pelo Nordeste.

O Centro-Oeste aparece na outra ponta, com o menor índice do País. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), isso significa que a região tem hoje a menor presença de trabalhadores associados a sindicato dentro do conjunto da população ocupada.

A queda acompanha o movimento nacional de retração contínua da sindicalização desde meados da década de 2010. Entre os motivos apontados pelo IBGE no relatório estão mudanças estruturais no mercado de trabalho, a expansão de formas de inserção mais flexíveis e a redução do emprego em setores historicamente mais sindicalizados.

Em 2024, no Brasil, o contingente de ocupados sindicalizados foi de 9,1 milhões de pessoas, número que cresceu em relação a 2023, mas permanece muito abaixo do patamar de 2012, quando havia 14,3 milhões de trabalhadores associados.

Participação sindical — A desagregação por sexo mostra que, no Centro-Oeste, 7,3% dos homens e 6,4% das mulheres estavam associados a sindicato em 2024.

Em 2012, esses índices eram de 14% e 12,2%, respectivamente.

Somente o Nordeste teve maior presença feminina entre os sindicalizados.

Em 2024, a agricultura registrou taxa de sindicalização de 14,8% no País, enquanto o comércio ficou em 5,6% e a indústria, em 11,4%.

No recorte por posição na ocupação, empregados do setor público permanecem com as taxas mais altas: 18,9% em 2024. Já trabalhadores por conta própria registraram 5,1% e empregadores, 8,1%, todos abaixo dos níveis observados em 2012. Empregados do setor privado com carteira assinada apresentaram 11,2% de sindicalização em 2024, contra 20,9% em 2012.

A PNAD aponta ainda que a participação da população de ensino superior entre os sindicalizados cresceu, embora a taxa proporcional tenha caído de 28,3% em 2012 para 14,2% em 2024. Entre pessoas com fundamental completo e médio incompleto, a taxa passou de 11,1% para 5,7% no mesmo período.