Geração Alpha: o que motiva as crianças e os adolescentes a aprender inglês?
A Geração Alpha, composta por crianças e adolescentes nascidos a partir de 2010, é a primeira verdadeiramente nativa digital. Eles crescem cercados por assistentes de voz, inteligência artificial, telas interativas e um fluxo constante de informação. Diante disso, é inevitável que o aprendizado de inglês deixe de ser uma imposição escolar e passe a ser uma ferramenta de acesso ao mundo que eles já consomem com naturalidade.
Diferente das gerações anteriores, que estudavam inglês pensando no vestibular ou em uma vaga de emprego no futuro, os adolescentes de hoje aprendem o idioma para se comunicar em jogos online, assistir a séries sem legenda, seguir seus influenciadores favoritos e até interagir com ferramentas de IA, como o ChatGPT e tradutores em tempo real.
A tecnologia tem um papel central nesse processo. Segundo relatório da PwC, o mercado global de inteligência artificial deve movimentar mais de US$ 15 trilhões até 2030, transformando não apenas a economia, mas também os modelos educacionais. Isso porque os empregos do futuro e já os do presente exigem competências bilíngues, domínio de linguagem digital e uma comunicação fluida com pessoas e máquinas de diferentes culturas.
Como, então, motivar a Geração Alpha a aprender inglês?
A resposta está em conectar o aprendizado à realidade deles. Ensinar inglês por meio de contextos que façam sentido, como os universos de games, redes sociais, música e cultura, é mais eficaz do que qualquer cartilha tradicional. Outro caminho importante é mostrar a eles o valor prático do idioma: compreender o que um influenciador internacional está dizendo nas redes sociais ou programar com comandos em inglês, por exemplo, gera um sentimento de conquista e autonomia.
Além disso, a personalização do ensino é essencial. Plataformas gamificadas, conteúdos imersivos, uso de avatares, realidade aumentada e experiências em grupo despertam curiosidade e mantêm o engajamento alto. Na Rockfeller Language Center, por exemplo, combinamos tecnologia de ponta com aulas dinâmicas para preparar essa nova geração não apenas para dominar o inglês, mas para usá-lo como ponte para o conhecimento, a criatividade e o mercado de trabalho global.
Mas, mais do que preparar para o futuro, o processo de aprendizagem também deve cuidar do presente. E isso inclui promover o equilíbrio entre o digital e o humano. Os pais e educadores vêm demonstrando preocupação com o excesso de tempo de tela e com o distanciamento social que pode ser causado pelo uso intensivo da tecnologia. Por isso, é essencial criar momentos de conexão real: estar em sala de aula, interagir com colegas, aprender em grupo e construir vínculos com os professores são experiências que fortalecem não apenas o aprendizado, mas o desenvolvimento emocional e social das crianças.
A convivência em ambientes educativos vai além do conteúdo. É nesse espaço que se aprende a respeitar diferenças, a trabalhar em equipe, a se comunicar com empatia, habilidades que nenhuma máquina ou aplicativo substitui. O inglês, nesse contexto, não é apenas uma ferramenta de comunicação global, mas também um instrumento de conexão entre pessoas, culturas e realidades.
Para as crianças e os adolescentes de hoje, falar inglês não é um diferencial. O idioma se tornou uma linguagem universal da tecnologia, da ciência e da inovação. E, ao contrário do que muitos pensam, essa geração não está desinteressada: ela apenas exige propósito, conexão e protagonismo no processo de aprendizagem, tanto no digital quanto no presencial.
(*) André Belz, CEO da Rockfeller Language Center
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