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Setor de serviços: o fundo do poço ficou pra trás?

Por Edgar Segato Neto (*) | 09/06/2016 15:11

Na última semana, a Fundação Getúlio Vargas divulgou aumento no índice de confiança dos empresários do setor de serviços, de 69,3 pontos em abril para 70,5 pontos em maio. É o maior índice desde junho de 2015, e a FGV atribuiu essa elevação à queda do índice que mede a avaliação do setor em relação às expectativas de um futuro melhor.

Quando uma pesquisa registra três altas consecutivas, é algo que precisamos encarar como positivo. No entanto, a mesma pesquisa mostra que as análises de geração de emprego e de dificuldades financeiras nas empresas atingiram seu pior patamar histórico. É um processo cumulativo de uma crise que, por mais que se anuncie um horizonte melhor, ainda está longe de passar.

De acordo com a FGV, o fundo do poço da confiança empresarial ficou no ano passado. No entanto, os negócios continuam ruins. Mas, se formos fazer uma análise de como se comporta o mercado durante a crise, a melhora das expectativas é um primeiro passo para a recuperação do setor.

Os empresários precisam acreditar, a partir de ações governamentais, que o Brasil vai voltar a ser um país próspero. Não apenas pelos seus negócios, mas pelos milhões de brasileiros que dependem das suas empresas para darem uma vida digna às suas famílias. São cerca de 14 milhões de brasileiros que acordam para garantir o seu sustento no setor de Serviços. Nas atividades de limpeza e conservação, 13 mil empresas empregam mais de dois milhões de trabalhadores em todo o país.

No entanto, esses números só caem. O setor com a maior mão de obra do país também é o que mais demite. Em um primeiro olhar, é comum pensar que a demissão de funcionários é uma decisão para garantir o lucro da empresa. No entanto, vai além disso: hoje, os empresários precisam assegurar que não fecharão as portas dos seus negócios.

O aumento da confiança dos empresários é uma boa nova que traz esperança, mas precisamos contar com ações do governo que estimulem o retorno da empregabilidade. A alta carga tributária, por exemplo, é um nó para a competitividade e para a produtividade brasileira. Quanto maior a carga, menor é a capacidade de investimento do setor privado.

Como costumo sempre dizer, o setor de serviços precisa ser encarado como um aliado em tempos de crise. Confiança, mais do que um índice, é um processo de construção de cenários positivos e que demanda esforço de todas as partes.

(*) Edgar Segato Neto é presidente da Febrac (Federação Nacional das Empresas Prestadoras de Serviços de Limpeza e Conservação)

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