Chefe do tráfico internacional é preso na Bolívia e entregue à PF em MS
"Cabeça" era um dos criminosos mais perigosos ligados à fronteira
O brasileiro Fábio Corrêa de Souza, conhecido como “Cabeça”, foi capturado em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, e entregue à Polícia Federal em Corumbá, a 428 km de Campo Grande, após uma operação conjunta entre autoridades bolivianas, a Interpol e a Polícia Federal brasileira. Considerado um dos criminosos mais perigosos ligados à fronteira, ele era apontado como um dos principais líderes de uma organização internacional de tráfico de drogas e armas, com ramificações no Brasil e no exterior.
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A prisão encerra mais de uma década de investigações e caçadas. Fábio estava na lista vermelha da Interpol - alerta internacional reservado aos criminosos mais procurados do mundo. Ele foi transferido sob forte esquema de segurança e entregue oficialmente aos agentes federais brasileiros na fronteira de Corumbá, onde passará pelos trâmites legais antes de ser encaminhado ao sistema prisional.
Entenda - A PF já havia atingido parte da estrutura criminosa de “Cabeça” durante a Operação Liquidação, deflagrada a partir de Corumbá. Na época, foram apreendidos 217,5 quilos de cocaína escondidos em uma residência no centro da cidade. O entorpecente seguiria para São Paulo, Rio de Janeiro e outros países, evidenciando o papel estratégico da fronteira sul-mato-grossense no esquema.
A mesma operação resultou em 17 prisões e na apreensão de 15 fuzis, duas pistolas, duas carabinas, uma metralhadora antiaérea e mais de 10 mil munições. Também foram confiscados 11 veículos e R$ 14 mil em espécie. De acordo com a PF, o arsenal seria enviado para facções criminosas no Rio de Janeiro e assaltantes de bancos no Nordeste, reforçando a periculosidade da organização comandada por “Cabeça”.
Operação Mercator - No ano passado, a Polícia Federal também havia atingido o braço financeiro do grupo na Operação Mercator, voltada à lavagem de dinheiro obtido com o tráfico. Foram apreendidos R$ 200 mil em espécie, dez veículos, uma moto e duas embarcações, além de diversos bens imóveis e empresas de fachada usadas para movimentar o dinheiro ilícito.
Em nota, a Interpol da Bolívia afirmou que a captura e entrega de Fábio Corrêa de Souza “reforçam o compromisso do país com a segurança cidadã e o combate ao crime organizado transnacional”. A prisão foi resultado direto da cooperação entre Brasil e Bolívia, que têm intensificado ações conjuntas para conter o avanço de facções que atuam na fronteira.
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