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Cidades

Governo rejeita recurso e convoca 2ª colocada para assumir Rota da Celulose

Consórcio Caminhos da Celulose, liderado pela XP, deve apresentar documentos de habilitação dia 3 de setembro

Por Jhefferson Gamarra | 27/08/2025 14:10
Governo rejeita recurso e convoca 2ª colocada para assumir Rota da Celulose
Trecho de rodovia que faz parte do pacote de concessão (Foto: Divulgação/Governo MS)

A disputa pela concessão da chamada Rota da Celulose, um dos principais projetos de infraestrutura rodoviária do Mato Grosso do Sul, teve um novo desfecho nesta quarta-feira (27). A CEL (Comissão Especial de Licitação) negou o recurso administrativo do Consórcio K&G Rota da Celulose e convocou o Consórcio Caminhos da Celulose, segundo colocado no leilão, para a próxima etapa do processo. A decisão determina que o grupo liderado pela XP Investimentos entregue os documentos de habilitação no dia 3 de setembro de 2025, entre 14h e 16h, na sede da B3, em São Paulo.

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Governo de Mato Grosso do Sul rejeita recurso do Consórcio K&G e convoca o segundo colocado, Consórcio Caminhos da Celulose, para assumir a concessão da Rota da Celulose. A decisão foi tomada após análise de recurso administrativo que questionava a habilitação do K&G, vencedor inicial do leilão realizado em maio. O Consórcio Caminhos da Celulose, liderado pela XP Investimentos, deverá apresentar documentos de habilitação em setembro. O projeto da Rota da Celulose prevê investimentos de R$ 6,9 bilhões em 870 quilômetros de rodovias estaduais e federais, incluindo duplicações e oito praças de pedágio. A concessão tem prazo de 30 anos.

O leilão da Rota da Celulose foi realizado em 8 de maio e contou com quatro concorrentes. O Consórcio K&G, formado pela K-Infra Concessões e Galápagos Participações, apresentou a melhor proposta financeira, com 9% de desconto sobre a tarifa máxima de pedágio e aporte de R$ 217,3 milhões, superando a proposta do Consórcio Caminhos da Celulose, que ofereceu 8% de desconto e aporte de R$ 195,6 milhões. Também participaram da disputa as empresas Rotas do Brasil, com 5% de desconto, e o BTG Pactual, com 4%.

Apesar da vitória no leilão, o K&G foi alvo de questionamentos logo após o resultado. O Consórcio Caminhos da Celulose entrou com recurso administrativo apontando que a K-Infra, integrante do grupo vencedor, havia perdido seu principal atestado de qualificação técnica após o decreto de caducidade da concessão da BR-393, a Rodovia do Aço, no Rio de Janeiro.

O contrato foi encerrado pelo Governo Federal em julho, por descumprimentos graves, inadimplência e falhas de manutenção, o que reforçou os argumentos de incapacidade técnica e financeira do K&G. Além disso, a K-Infra acumulava histórico negativo, com mais de 75 multas aplicadas pela ANTT entre 2020 e 2024, atrasos em obras, falhas de drenagem e problemas recorrentes na sinalização da rodovia.

No dia 5 de agosto, a Comissão Especial de Licitação acatou o recurso e declarou o K&G inabilitado, mas o grupo apresentou contestação alegando desproporcionalidade na decisão e questionando a validade da caducidade da BR-393, que ainda é discutida no Supremo Tribunal Federal. O recurso, no entanto, foi rejeitado nesta quarta-feira, confirmando a exclusão definitiva do consórcio da disputa.

Com a convocação do Consórcio Caminhos da Celulose, liderado pela XP Investimentos, o processo entra em sua reta final. Caso a documentação de habilitação seja aprovada, o grupo será declarado vencedor e ficará responsável pela gestão do sistema rodoviário. A expectativa é que o contrato seja assinado ainda em 2025, permitindo que os investimentos comecem a partir de 2026.

O contrato de concessão prevê 30 anos de gestão sobre 870 quilômetros de rodovias estaduais e federais (MS-040, MS-338, MS-395, BR-262 e BR-267) com investimentos totais de R$ 6,9 bilhões, incluindo duplicação de 146 quilômetros, custos operacionais de R$ 3,2 bilhões e a instalação de praças de pedágio em cidades estratégicas como Três Lagoas, Campo Grande, Água Clara, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo, Bataguassu, Nova Andradina e Nova Alvorada do Sul.

As obras incluem 115 km de duplicações, 457 km de acostamentos, 245 km de terceiras faixas, 12 km de marginais, 38 km de contornos urbanos, 62 dispositivos em nível, 4 em desnível, 25 acessos, 22 passagens de fauna, 20 alargamentos de pontes e 3.780 m² de obras de arte especiais. Com isso, a malha passará a contar com 100% de acostamento.