Guarda compartilhada cresce e supera a opção exclusiva de mães em Campo Grande
Já no Estado a tendência sobe, mas 42,98% dos divórcios de 2024 optaram por divisão na tutela dos filhos
Dos 3.381 divórcios envolvendo casais com filhos menores em 2024, menos da metade das crianças ficou sob guarda exclusivamente materna em Mato Grosso do Sul. As Estatísticas do Registro Civil divulgadas nesta quarta-feira (10) pelo IBGE, revelam uma mudança significativa nos modelos de guarda após o fim do casamento, com o modelo tradicional de guarda materna ainda predominando, mas perdendo espaço para a guarda compartilhada, que se aproxima de se tornar a opção mais comum.
RESUMO
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Em Mato Grosso do Sul, menos da metade dos divórcios registrados em 2024 manteve a guarda dos filhos exclusivamente com as mães. Dos 3.381 casos envolvendo menores, 48,95% ficaram sob responsabilidade materna, enquanto 42,98% optaram pela guarda compartilhada, segundo dados do IBGE. Em Campo Grande, a mudança é ainda mais significativa, com 52,65% dos casos adotando a guarda compartilhada. O estudo também revelou que a idade média dos casais no divórcio está entre 35 e 39 anos, e a duração média dos casamentos caiu de 18,5 anos em 2004 para 11,8 anos em 2024.
Do total de divórcios com filhos, 1.655 crianças ficaram com a mãe (48,95%), 112 com o pai (3,31%) e 1.453 tiveram guarda compartilhada (42,98%). Além disso, outros 161 casos (4,76%) não definiram guarda ou envolveram situações especiais. Esses números mostram uma tendência de distribuição mais equilibrada das responsabilidades parentais, especialmente em Campo Grande.
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Na capital, a mudança é ainda mais evidente. Dos 1.620 divórcios com filhos menores, 853 crianças (52,65%) ficaram sob guarda compartilhada, 678 (41,85%) com a mãe e 43 (2,65%) com o pai. Outros 7 casos (0,43%) envolveram situações especiais, e 39 (2,41%) não tiveram a guarda definida. Esse dado coloca a guarda compartilhada à frente da guarda exclusiva materna e reforça a tendência de uma divisão mais equilibrada da responsabilidade entre os pais, especialmente nas áreas urbanas.

O IBGE também aponta que a idade dos pais no momento da separação segue concentrada entre 35 e 39 anos, período em que a carga de trabalho e as responsabilidades com os filhos são maiores. A presença de crianças nos processos reforça a necessidade de decisões rápidas e estáveis sobre a rotina familiar.
Mais cedo, o Campo Grande News mostrou que o estado está mudando de forma acelerada a maneira de casar e se separar. Os casais sobem ao altar cada vez mais tarde, permanecem menos tempo juntos e mantêm uma das maiores taxas de divórcio do país.
A primeira mudança evidente está no adiamento da nupcialidade. Em 2004, a taxa legal de casamentos em Mato Grosso do Sul era de 5,4 uniões por mil habitantes. Dez anos depois, esse indicador saltou para 7,7. Em 2024, a taxa cai para 6,7, mas segue acima do patamar de vinte anos atrás. Adiamento aparece também na idade dos noivos. Em 2004, homens se casavam aos 27,4 anos e mulheres aos 24,1. Em 2014, as médias já haviam subido para 29,5 e 26,8. Em 2024, Mato Grosso do Sul chega a 31,6 anos para eles e 29,4 para elas.
Se os casamentos começam mais tarde, eles também terminam mais cedo. A duração média de um casamento em Mato Grosso do Sul era de 18,5 anos em 2004. Em 2014, já havia caído para 13 anos. Em 2024, atinge 11,8 anos. A redução é uma das mais fortes entre os indicadores do Estado e revela que, mesmo com idade maior para casar, a estabilidade das uniões diminuiu.
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