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Economia

Banco Central mantém juros no maior patamar desde 2006 pela 4ª vez

Taxa Selic permanece em 15% para garantir convergência da inflação à meta

Por Gustavo Bonotto | 10/12/2025 17:51
Banco Central mantém juros no maior patamar desde 2006 pela 4ª vez
Nota de R$ 20 e moedas de R$ 1 e R$ 0,50. (Foto: Arquivo/Paulo Francis)

O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) manteve a taxa Selic em 15% ao ano nesta quarta-feira (10), em Brasília. O colegiado decidiu pela estabilidade para assegurar que a inflação converja à meta oficial, diante de cenário de elevada incerteza. Esta é a quarta reunião consecutiva em que os juros permanecem no maior nível desde julho de 2006.

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O Comitê de Política Monetária do Banco Central manteve a taxa Selic em 15% ao ano, maior patamar desde julho de 2006, em sua quarta reunião consecutiva. A decisão visa assegurar a convergência da inflação à meta oficial, considerando o cenário de incertezas e a resistência do mercado de trabalho. O IPCA de novembro registrou 4,46%, dentro do intervalo de tolerância, enquanto o PIB apresentou crescimento de 0,1% no terceiro trimestre. O mercado financeiro prevê início da redução dos juros no primeiro trimestre de 2026, com o próximo encontro do Copom agendado para janeiro, quando será reavaliada a possibilidade de cortes na taxa.

O BC (Banco Central) realizou ajustes pontuais no comunicado, sem indicar início de cortes futuros. A decisão levou em conta a resistência do mercado de trabalho e expectativas de inflação ainda acima do desejado pelo colegiado. A taxa de desemprego do trimestre encerrado em outubro foi de 5,4%, registrando nova mínima histórica.

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de novembro ficou em 4,46%, dentro do intervalo de tolerância da meta, de 1,5% a 4,5%. No terceiro trimestre, o PIB (Produto Interno Bruto) teve crescimento marginal de 0,1%, reforçando sinais de desaceleração econômica, condição considerada essencial pelo BC para manter a estabilidade de preços. O colegiado também avaliou cenário externo mais favorável, após redução de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA).

O mercado financeiro esperava a decisão: 110 das 112 instituições consultadas previam manutenção da Selic. Apenas duas casas aguardavam corte de 0,25 ponto percentual, para 14,75% ao ano. Economistas projetam início de redução dos juros no primeiro trimestre de 2026, mas ressaltam que o fim do ciclo de alta pode ocorrer mais cedo, dependendo do comportamento da inflação e do câmbio.

Em relação às expectativas de inflação para os próximos anos, o BC destacou preocupação com prazos mais longos, com projeções de 3,80% para 2027 e 3,50% para 2028, ainda acima do ideal. A projeção para 2025 passou de 4,55% para 4,40%, e para 2026, de 4,20% para 4,16%. O Copom afirmou que seguirá vigilante e ajustará a política monetária caso considere necessário, mantendo atenção especial ao cumprimento da meta de inflação.

O próximo encontro do Copom está agendado para os dias 27 e 28 de janeiro, quando será avaliado se a Selic começará a ser reduzida.

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