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Capital

Só 3 a cada 10 mulheres adotam o sobrenome do marido em MS

Levantamento aponta recuo inédito na troca de registro civil após união e mais autonomia nas decisões do casal

Por Gabi Cenciarelli | 24/11/2025 14:58
Só 3 a cada 10 mulheres adotam o sobrenome do marido em MS
Casal de costas, em casamento na praia (Fotos: Arquivo / Priscila Mota)

A adoção do sobrenome do marido no casamento chegou ao menor índice da série histórica em Mato Grosso do Sul. Levantamento dos Cartórios de Registro Civil mostra que, no último ano, apenas 34,2% das mulheres incluíram o sobrenome do cônjuge após o matrimônio, número muito abaixo dos 74,7% registrados em 2003, primeiro ano de vigência do atual Código Civil. É como se 3 a cada 10 mudassem o nome.

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Em Mato Grosso do Sul, a tradição de mulheres adotarem o sobrenome do marido após o casamento atingiu seu menor índice histórico. Em 2024, apenas 34,2% das noivas fizeram essa opção, uma queda significativa comparada aos 74,7% registrados em 2003, quando o atual Código Civil entrou em vigor. A tendência atual mostra que 50,4% dos casais mantêm seus nomes de solteiros, o maior índice já registrado. Outra mudança notável é o aumento de casais que optam pela inclusão mútua de sobrenomes, passando de 9,94% em 2003 para 18,2% em 2024, refletindo uma evolução nas escolhas individuais e comportamento social.

Em 2024, foram celebrados 303.612 casamentos no Estado, mas só 5.206 mulheres optaram por adotar o sobrenome do marido. Em 2003, eram 4.987 mulheres, dentro de um universo de 8.793 casamentos.

Segundo a Arpen/MS (Associação dos Registradores de Pessoas Naturais de Mato Grosso do Sul), os números indicam mudanças no comportamento social e mais autonomia nas escolhas individuais. Para o diretor da entidade, Lucas Zamperlini, o dado reflete um novo momento. Nas palavras dele, “a manutenção do sobrenome próprio tem se tornado uma decisão consciente e cada vez mais comum entre os casais”.

O Código Civil de 2002 também abriu espaço para que homens adotassem o sobrenome da esposa, mas a prática não ganhou força. O levantamento aponta que isso acontece em apenas 0,49% dos matrimônios. Em 2003, 86 homens incluíram o sobrenome da mulher entre os 303.612 casamentos daquele ano. No último ano, esse tipo de alteração apareceu em 15.206 celebrações, dentro de um total de 146 casamentos.

A tendência que mais cresce é a de manter o nome de solteiro. Hoje, 50,4% dos casais não fazem qualquer alteração nos sobrenomes, índice mais alto já registrado. Em números absolutos, isso equivale a 7.686 casamentos entre os 303.612 de 2024. Em 2003, eram 971 registros, o equivalente a 14,5% das celebrações.

Outra possibilidade que vem ganhando espaço é a inclusão de sobrenome por ambos os cônjuges. O modelo passou de 9,94% dos casamentos em 2003 para 18,2% no último ano. Em valores absolutos, eram 663 casos em 2003 e chegaram a 2.767 em 2024, dentro do total de 15.206 casamentos analisados.

Nos últimos anos, mudanças legais tornaram o processo de alteração de sobrenomes ainda mais flexível. A Lei Federal nº 14.382/22 possibilita incluir sobrenomes familiares a qualquer tempo, desde que haja comprovação do vínculo, além de facilitar mudanças depois de casamento ou divórcio. Filhos também podem atualizar o sobrenome quando há alteração no nome dos pais.

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