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Cidades

"Pablo Escobar brasileiro", ex-major de MS é julgado em Bruxelas por tráfico

Caso contra ex-PM seria analisado em Bruges, mas acabou transferido por questões de segurança

Por Silvia Frias | 16/09/2025 08:53
"Pablo Escobar brasileiro", ex-major de MS é julgado em Bruxelas por tráfico
Ex-major Sérgio Roberto de Carvalho foi preso em 21 de junho, na Hungria. (Foto: VMM)

Acusado de chefiar uma rede responsável por enviar 45 toneladas de cocaína da América do Sul para a Europa, entre 2017 e 2019, o ex-policial militar de Mato Grosso do Sul, Sérgio Roberto de Carvalho, 65 anos, começou a ser julgado esta semana em Bruxelas, na Bélgica. Estima-se que o "Pablo Escobar brasileiro" tenha faturado 200 milhões de euros com o tráfico.

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Ex-major da PM de MS, Sérgio Roberto de Carvalho, começou a ser julgado esta semana em Bruxelas, na Bélgica, por tráfico internacional de drogas. Acusado de chefiar esquema que enviou 45 toneladas de cocaína da América do Sul para a Europa, entre 2017 e 2019, ele teria faturado 200 milhões de euros. Carvalho foi preso em junho de 2022, na Hungria, e extraditado no ano seguinte. As investigações começaram após a apreensão de cocaína em carregamentos de manganês no porto de Roterdã, em 2020. O grupo usava empresa no porto de Antuérpia como fachada. Com identidade falsa mexicana, Carvalho foi preso em um restaurante. Brasil, EUA e Espanha também pediram sua extradição. Condenado no Brasil por tráfico e lavagem de dinheiro, ele forjou a própria morte na Espanha, onde vivia como milionário do Suriname.

Carvalho foi preso em junho de 2022, em Budapeste, na Hungria, e extraditado para a Bélgica no ano seguinte. Ele é apontado como líder do esquema com o belga Flor Bressers, 39 anos.

O julgamento estava previsto para ocorrer em Bruges, mas foi transferido por questões de segurança. As audiências começaram ontem (15).

As investigações tiveram início após a descoberta de cocaína escondida em carregamentos de manganês que chegaram ao porto de Roterdã, em 2020. Em dez remessas, teriam sido enviadas 15 toneladas da droga, avaliadas em US$ 220 milhões.

Segundo a imprensa europeia, o grupo usava uma empresa de tratamento de água no porto de Antuérpia como fachada. Bressers foi preso em Zurique, na Suíça, em 2022.

Carvalho, por sua vez, foi detido em um restaurante com uma identidade mexicana falsa. À época, ao menos quatro países pediram sua extradição, entre eles Estados Unidos, Espanha e Brasil, mas a Bélgica ficou responsável pelo julgamento.

Histórico no crime: ex-PM, Carvalho foi condenado em 1998 a 15 anos de prisão por transportar 237 quilos de cocaína. Em 2019, recebeu nova sentença de 15 anos por lavagem de R$ 60 milhões, entre 2002 e 2007. Ele só foi expulso da corporação em 2010.

Na Espanha, adotou o nome falso de Paul Wouter, apresentando-se como milionário do Suriname. Viveu em uma mansão de dois milhões de euros, em Marbella, e chegou a forjar a própria morte durante a pandemia de Covid-19. A farsa caiu quando a polícia descobriu que a certidão de óbito havia sido assinada por um esteticista.

Antes disso, em 2018, já havia sido preso em alto-mar com duas toneladas de cocaína, mas foi solto após pagar fiança, sem que sua identidade fosse descoberta. (Com informações do jornal O Globo).

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