Condomínios impulsionam comércio e transformam bairro com nomes de santos
Santa Luzia é pequeno, mas surpreende ao comportar praticamente todas as necessidades dos moradores
Quem não conhece a Vila Santa Luzia, em Campo Grande, se surpreende ao ver num bairro tão pequeno tantos condomínios e uma avenida comercial que tem de tudo, inclusive um supermercado atacadista.
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A Vila Santa Luzia, em Campo Grande, destaca-se pelo comércio diversificado, condomínios populares e um supermercado atacadista, atraindo moradores e empreendedores. A Avenida São Nicolau é o coração do bairro, oferecendo serviços como salões de beleza, sorveterias e academias. A tranquilidade e a proximidade com universidades são pontos fortes elogiados pelos residentes. Os condomínios, como Cecília Meireles e Rubens Paiva, impulsionaram o crescimento da região, que já foi parte de uma chácara. Apesar da infraestrutura consolidada, os moradores reclamam da má conservação do asfalto. O bairro também se orgulha de suas ruas com nomes de santos e da Paróquia Santa Luzia, símbolo da forte presença católica na comunidade.
Essa característica é uma das que os moradores mais gostam. A cabeleireira Eleise Mary dos Santos Araújo, 44 anos, atende os clientes há 16 anos na Avenida São Nicolau, que é a referência para quem busca algum serviço pago na região. Ela conhece muitos que não trocam o Santa Luzia por nenhum outro.
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"Todo mundo adora aqui pela facilidade. Você encontra não só o meu salão, mas tudo o que precisa. Por exemplo: são três sorveterias, dois supermercados e duas academias apenas nessa rua", afirma.
Letícia Pegaz, 30, deixou o emprego de 13 anos para abrir uma ótica na mesma avenida. Ela disse que pesquisou vários bairros antes de escolher a Vila Santa Luzia para empreender. A proposta da loja é oferecer armações com bons preços para quem não quer ter que ir para longe escolher um produto.
"Eu abri a ótica há menos de um mês e já me sinto em casa. É um lugar tranquilo, as pessoas recebem bem, igual no interior. Moramos no Nova Campo Grande e temos planos de mudar para cá", fala.
Condomínios - Cecília Meireles, Conceição dos Bugres, Mário Quintana, Marta Guarani e Rubens Paiva são alguns dos nomes dos condomínios populares que a Santa Luzia tem e que, inclusive, impulsionam o comércio a crescer desde que foram inaugurados.
Morador do primeiro, o pedreiro Roberto Moraes de Lima, 54, confirma que a região cresceu bastante desde então. Ele mora no local há 18 anos e tem 70 vizinhos.
"Ontem mesmo eu estava falando com minha esposa que, se mudarmos do condomínio, vai ser para outra casa no Santa Luzia", conta, admitindo que tem apego ao bairro.
Roberto lembra que a área fazia parte de uma chácara antigamente. "A gente conhecia como 'Chácara do Japonês', que ainda hoje existe, só venderam um pedaço para esse tanto de casa", diz.
Tranquilidade - "Quando você ouve falar em crime, raramente é na Santa Luzia", afirma o atendente de farmácia Bertazzoni, 20, que mora no bairro desde que nasceu. Ele e a família chegaram a mudar-se para outro, mas voltaram.
A cuidadora de idosos, Glória Estela Penha, 60, é moradora do Bairro Jardim Parati, no lado oposto da cidade, mas está sempre no Santa Luzia para ver a família e adora curtir o clima da Vila. Na tarde desta sexta-feira (26) depois do Natal, ela aproveitava a sombra de uma árvore na Avenida São Nicolau sentada numa cadeira de praia.
"Aqui é muito bom. Adoro a feira que tem domingo de manhã. Não pode faltar um bom pastel, né?", comenta a idosa.
O campo de futebol e o Centro Olímpico Vila Nasser, que faz divisa com o bairro vizinho, são os dois principais espaços de lazer e de prática esportiva na região.
Os moradores que a reportagem ouviu falaram com entusiasmo do bairro e não destacaram nenhum ponto negativo que precisa melhorar, a não ser a situação do asfalto. Todos gostariam que os buracos fossem tampados para evitar riscos no trânsito e prejuízos aos proprietários de veículos.
Universidades - A cabeleireira Eleise destaca outra vantagem elogiada no bairro, que é a proximidade com duas universidades.
A UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e a UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) estão a alguns minutos das residências. "O próprio Centro da cidade é perto. Rapidinho a gente está lá, quando precisa, embora precise pouco porque temos tudo aqui, como eu falei", acrescenta.
Nomes de santos - Avenida São Nicolau, Rua São Gregório, Rua Santa Efigênia... tudo no bairro tem nome de santo. Essa é uma das curiosidades que o morador Maurílio Antônio Ribeiro, 67, contou ao Campo Grande News durante a celebração do Dia de Santa Luzia, em 13 de dezembro.
"Todas as ruas têm nomes de santo e santa. Interessante, né? Disseram que se não fosse para colocar o nome de santos, então não loteava, não liberava o loteamento. Aí o prefeito da época concordou, loteou e deixaram cinco terrenos para a igreja de Santa Luzia", lembra.
O atendente Diogo também contou que é católico e frequenta a igreja que tem o nome do bairro. Como ele vê bastante movimento nos dias de missa, acredita que a vila tem grande parte da população adepta ao catolicismo.
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