Família e amigos acreditam que rapaz matou catador para roubar bicicleta

A família e os amigos de Ramão Lopes, 75 anos, acreditam que o idoso tenha sido assassinado para roubar a bicicleta elétrica. O crime aconteceu na tarde de segunda-feira (6) e o corpo da vítima foi encontrado em uma cova rasa, no quintal da residência do autor, no Bairro Portal Caiobá. Nicolas Gomes Cunha foi preso e confessou o homicídio.

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Reunidos na casa de Ramão na manhã desta terça-feira (7), os familiares contaram que souberam da morte do idoso por volta das 21h de ontem. Eles não quiseram se identificar e relataram que não conheciam Nicolas, mas que a vítima era uma pessoa “muito conhecida” na região.

“Todo mundo conhecia meu pai. Ele era uma pessoa generosa, ajudava todo mundo”, disse uma das filhas do idoso, bastante abalada.

Segundo os familiares, Ramão catava latinhas apenas para não ficar parado em casa. Às vezes, ele também cortava a grama dos vizinhos e dizia que, se não fizesse nada, ficaria doente. Um dos filhos afirmou que tentou convencê-lo a parar.

Ao Campo Grande News, os filhos e a esposa de Ramão disseram acreditar que Nicolas tenha matado o idoso para roubar sua bicicleta. Eles afirmam que, há dois meses, a vítima teve outro veículo levado por um ladrão e, então, os familiares se reuniram para comprar uma nova bicicleta.

A versão também é dita por amigos do idoso, que ficaram sabendo da morte na manhã desta terça-feira, ao chegarem para trabalhar no depósito de reciclagem onde Ramão ia pelo menos três vezes por semana para levar latinhas.

“Ele vinha aqui há uns três anos para trazer latinhas. Era muito extrovertido e acabamos virando amigos. Tínhamos até marcado de pescar na semana que vem. Ele era muito gente boa; acredito que queriam roubar a bicicleta dele”, finalizou o homem, que preferiu não se identificar.

Crime — De acordo com o boletim de ocorrência, uma equipe do Batalhão de Choque foi acionada com a informação de que um homem teria sido morto e enterrado no quintal de uma casa. Ao chegarem, os policiais encontraram o suspeito em frente à residência. Ele se apresentou espontaneamente como autor do crime e detalhou toda a ação.

O jovem contou que estava sentado em frente à casa quando viu Ramão passando de bicicleta elétrica, usada por ele para recolher materiais recicláveis, e o chamou, oferecendo algumas latas que estariam nos fundos do imóvel. Assim que o idoso entrou, o suspeito disse ter sentido “vontade de matá-lo”.

Em seguida, o autor deu um chute que derrubou a vítima, tentou enforcá-la com um golpe de “mata-leão” e, quando Ramão conseguiu se soltar, desferiu pelo menos três facadas no tórax. Mesmo após o idoso cair, ele continuou a agressão, usando uma barra de ferro e golpeando-o cerca de dez vezes.

Depois de constatar a morte, o suspeito enterrou o corpo no quintal, cobrindo-o com panos.

“Me vinguei” — Em depoimento, o pai do rapaz relatou à polícia que Nicolas toma remédios controlados e faz uso de drogas. Por volta das 19h, ele chegou em casa, e sua esposa contou que o filho havia feito “merda”.

Ao conversar com Nicolas, o rapaz teria dito: “Me vinguei do José Augusto; estou com minha alma tranquila, já que o senhor não teve coragem de fazer, eu fiz.” Ele ficou em choque e foi até o fundo da residência. No local, ele encontrou um pedaço de terra remexido, coberto por uma manta.

O homem retirou o tecido e, então, encontrou o corpo de Ramão. Ele retornou para a residência e disse a Nicolas que aquela pessoa não era José, seu primo. Em seguida, afirmou que acionaria a polícia e que o rapaz deveria se entregar, porque não havia criado “filho bandido nem assassino”.

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