ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  23    CAMPO GRANDE 34º

Capital

Juiz determina nova perícia psiquiátrica de filha do "Pedreiro Assassino"

Novo laudo contestado pela defesa atestou que Yasmin Natasha Gonçalves Carvalho não tem qualquer "retardo mental".

Adriano Fernandes | 16/11/2020 23:12
 Yasmin Natasha Gonçalves Carvalho descendo de viatura da polícia em maio deste ano, quando foi presa. (Foto: Henrique Kawaminami) 
 Yasmin Natasha Gonçalves Carvalho descendo de viatura da polícia em maio deste ano, quando foi presa. (Foto: Henrique Kawaminami)

A Justiça determinou que Yasmin Natasha Gonçalves Carvalho, de 19 anos, que é filha de Cleber de Souza Carvalho, 43 anos, o “Pedreiro Assassino” - autor confesso de 7 homicídios na Capital – passe por um novo exame de sanidade mental. Foi por conta da deficiência da jovem, que no dia 3 de novembro ela foi liberta da carceragem para aguardar o andamento do processo em prisão domiciliar

No entanto, um novo laudo pericial atestou que Yasmin não teria qualquer "retardo mental". Foi então que os advogados José Vinícius Teixeira de Andrade e Dhyego Fernandes Alfonso, que defendem a jovem, contestaram o novo resultado.  No documento os advogados criticaram o fato do exame ter sido feito por um “profissional cuja área de atuação não possuí atribuições para tanto” e solicitaram a nomeação de um outro médico psiquiatra para a realização de novo exame clínico da acusada.

O exame que contrariou a versão inicial sobre o estado mental da jovem foi feito por um psicólogo, quando na realidade, segundo a defesa, “exames de insanidade somente podem ser feitos por um médico psiquiatra”.

Diante do pedido o juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri ponderou que o simples fato do laudo pericial ser realizado por psicólogo não gera nulidade, pois foi "confeccionado dentro dos padrões técnicos e científicos". Contudo, considerando que já há um documento médico que confirma que Yasmin possui as características de deficiência mental, mas o perito disse o contrário "é prudente a realização de um terceiro laudo para sanar essa possível dúvida”, opinou ao designar a perita-psquiatra Danubia Sales da Mata para que ela faça um novo exame pericial na acusada. A data do novo laudo não foi divulgada.

O caso - Yasmin e a mãe, Roselane Tavares Gonçalves, de 44 anos, são suspeitas de participar da execução do comerciante José Leonel Ferreira dos Santos, de 62 anos, achado morto e enterrado no quintal de casa, no dia 7 de maio, na Vila Nasser.

Em audiência sobre o caso realizada no começo de novembro, Cleber confessou ter assassinado o idoso, mas disse que a filha não teve participação. Na mesma audiência Aluizio acatou as alegações da defesa de Yasmin, que sustentam que a jovem tem “grave retardo mental” inclusive com laudo médico que atesta a sua incapacidade.

No pedido de liberdade, os advogados até argumentam que o depoimento de Yasmin no decorrer da investigação dos crimes, não deveria ter validade, em razão da condição dela de saúde mental. Na decisão, o juiz estabeleceu que Yasmin só poderá sair de casa para trabalhar no intervalo entre 06h até 19h e comparecer mensalmente em juízo.

Os advogados também tentavam a soltura de Roselaine, sob o argumento de que ela precisa tomar pelo menos cinco medicamentos, devido a um cirurgia feita no coração, mas na cadeia está recebendo apenas dois. Contudo, o pedido foi negado.  Tanto ela quanto a filha estavam detidas no presídio feminino de Corumbá.

Em série – Cleber está preso desde 15 de maio, quando confessou que matava as vítimas e enterrava os corpos. O primeiro caso a vir a tona foi o de José Leonel. Tanto ela quanto a esposa e filha estavam morando no imóvel que era da vítima, quando o corpo foi encontrado pela polícia. A partir deste caso Cleber confessou ter matado mais 6 pessoas e inclusive indicou o local onde elas estavam enterradas.

Nos siga no Google Notícias