Justiça ouve em agosto testemunhas de morte de segurança na Afonso Pena
Audiências estão marcadas para os dias 2 e 13. Davi Del Valle morreu ao ter a motocicleta atingida pelo carro dirigido por Richard Ildivan Gomide Lima
A Justiça ouve no próximo mês diversas pessoas sobre o acidente que matou o segurança Davi Del Valle Antunes, de 31 anos, ocorrido na madrugada do dia 31 de maio, no cruzamento da avenida Afonso Pena com a rua Paulo Coelho Machado, em Campo Grande.
As audiências estão marcadas para os dias 2 e 13 de agosto, na 2ª Vara do Tribunal do Júri. Na primeira estão previstos depoimentos de 10 testemunhas de acusação, a partir das 13h30min. A segunda audiência é de defesa, a partir das 8h15min, com previsão de ouvir o réu, o estudante de Direito Richard Ildivan Gomide Lima, 21 anos.
As audiências serão realizadas dois meses após o acidente, que aconteceu pouco depois das 4 horas, quando Davi voltava para casa após uma noite de trabalho como segurança. Ele estava parado no semáforo, aguardando sinal verde, quando teve a traseira da moto atingida pelo Fiat Punto dirigido por Richard.
O segurança foi lançado a 38 metros de distância e a moto a 57 metros, conforme constatado pela perícia. O radar mostra que o carro estava a 83 km/h e furou o sinal, que estava vermelho há sete segundos.
Em entrevista ao Campo Grande News, o preso confirmou que, antes do acidente, esteve num motel com um amigo e uma garota de programa. A confissão veio à tona depois de a prostituta ter registrado, na mesma madrugada, um Boletim de Ocorrência denunciando que a dupla tentou furtar dinheiro de sua bolsa. Ela discutiu e Richard teria mostrado uma arma de fogo.
No registro policial, consta que o universitário a ameaçou e também atirou, danificando a parede do quarto.
No dia seguinte à entrevista, Richard mudou a versão e voltou a afirmar que estava em um churrasco na noite que antecedeu o acidente. Contudo, há um comprovante do pagamento feito por Richard no motel.
O recibo do estabelecimento mostra que no apartamento foram consumidos cerveja e champanhe. Ele se recusou a fazer o teste do bafômetro. Contudo, foi registrado um termo de embriaguez, pois, conforme os policiais que atenderam a ocorrência, o jovem apresentava forte odor de álcool, além da voz pastosa e embargada.
Richard está preso no Centro de Triagem e já teve o pedido de liberdade negado pelo TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) e STF (Supremo Tribunal Federal).