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Capital

Prefeitura paga repasse atrasado, mas não deposita verba de novembro

Nyelder Rodrigues e Christiane Reis | 07/11/2016 19:54
A Santa Casa realizava em média 50 cirurgias por dia. (Foto: Rodrigo Pazinato/Arquivo)
A Santa Casa realizava em média 50 cirurgias por dia. (Foto: Rodrigo Pazinato/Arquivo)

A prefeitura de Campo Grande depositou na tarde desta segunda-feira (7) os R$ 3,52 milhões referentes ao repasse do mês de outubro - que deveria ter sido feito até o dia 15 daquele mês - à Santa Casa. O atraso prejudicou o pagamento de funcionários, compra de materiais e demais atividades do hospital.

Porém, ao contrário do anunciado pelo prefeito Alcides Bernal (PP) na sexta-feira (4), o repasse de novembro não foi adiantado. Ele também tem até o dia 15 para realizar o repasse deste mês sem atraso.

Como o município de Campo Grande tem gestão plena da saúde, ele é o responsável por realizar o repasse das verbas ao hospital que realiza o atendimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Porém, o financiamento é feito tripartite, com prefeitura, Estado e Governo Federal bancando as despesas.

Assim, a prefeitura é quem recebe reúne os valores dessas três partes e faz o repasse direito ao hospital. No caso da Santa Casa, o atraso desse repasse fez com que desde o dia 27 as cirurgias eletivas, que somam cerca de 50 por dia, fossem canceladas na Santa Casa, que também passou a sofrer ameaça de greve de médicos.

Situação dos Pacientes - Os procedimentos cirúrgicos eletivos são os considerados não urgentes. Ainda assim, a não realização dessas cirurgias trazem grandes transtornos aos pacientes. Com o pagamento realizado, a expectativa é que o atendimento seja retomado em breve.

"Eu já tive o câncer diagnosticado e preciso retirar esse nódulo do seio. A cirurgia foi desmarcada e ainda não há previsão de quando será feita. Estou apavorada", disse a dona de casa Cilsa de Oliveira Bastos, de 56 anos, que mora em uma chácara em Jaraguari e faz o tratamento na Capital.

"Minha preocupação é porque essa doença pode avançar e tenho medo de que demore muito", desabafa. Cilsa é casada e tem três filhos, que moram em Campo Grande. Quando vem para a Capital, ela fica na casa deles.

Já o aposentado Jorge Koiti Janashiro, de 72 anos, também teve a cirurgia desmarcada. Ele precisa retirar pedras da vesícula e disse que quando o hospital desmarca o procedimento, atrapalha muito a vida dele.

"É difícil porque tem uma preparação para podermos fazer a cirurgia e ai esse marca-desmarca atrapalha", disse. Ele conta que já teve crise de dor há quase dois anos, mas que agora já não a sente mais, "mas se o médico disse que temos de fazer temos de fazer, né?".

Segundo a Santa Casa, as cirurgias de casos graves de pacientes oncológicos e cardíacos não foram desmarcadas por conta do atraso do repasse e a previsão de retorno das cirurgias oncológicas gerais é a partir do dia 16.

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