Prefeitura prorroga por mais dois meses contrato temporário com a Santa Casa

A Prefeitura de Campo Grande irá prorrogar por mais dois meses o aditivo, um contrato temporário, com a Santa Casa. Em entrevista ao Campo Grande News, no início da tarde deste sábado (29) a titular da Sesau, Rosana Leite, afirmou que as partes chegaram ao consenso com o reajuste de R$ 1 milhão e a nova contratualização deverá ser assinada nos próximos 30 dias.

Para solucionar a crise na saúde, a administração municipal ainda adiantou que também irá contratualizar novos leitos em outros hospitais filantrópicos, como por exemplo o Hospital do Pênfigo.

O aditivo em vigência vence na próxima segunda-feira (31). “O contrato vai ser prorrogado por mais 60 dias, mas por que 60 dias? Para adequação em termos burocráticos e avaliações, assim o contrato geral que vai ficar da seguinte maneira, um aporte de mais um milhão do município, o Estado não vai dar mais aporte e o [Governo] Federal também não”, afirmou.

Segundo ela, hoje, o contrato prevê o repasse de R$ 18 milhões da União, R$ 9 milhões do Governo Estadual, e o Municipal que era R$ 5 milhões vai passar para R$ 6 milhões, totalizando R$ 33 milhões por mês.

A secretária de saúde reconheceu o aumento da demanda no período pós-pandemia de Covid-19. “Desde o ano passado, nós estávamos em tratativas por aqueles queriam reajustar. Nós analisamos tudo, realmente houve um aumento da produção no ano de 2023 e 2024, então fizemos os cálculos, e dissemos, olha, esse reajuste pode ser de R$ 1 milhão. Essa é a palavra nossa desde de dezembro”, disse.

Após as reuniões com todos os entes envolvidos na gestão do hospital, Rosana aponta que o contrato geral seguirá com apenas o reajuste do Município. “Eles já passaram para gente que nesse momento eles querem. Eles entenderam a situação do município. A gente espera que as nossas contas também se adéquem”, detalhou Rosana.

Uma das razões do colapso financeiro da Santa Casa está ligada à folha de pagamento. O Campo Grande News apurou que houve crescimento de quase 100% do valor gasto na comparação entre dezembro de 2021 e o mesmo mês de 2024.

O período é sobrecarregado pelo 13º salário, que "engoliu" 64,7% das receitas do hospital naquele ano. Já no ano passado, a folha de pagamento representou 74,9% de todas as entradas do último mês de 2024.

Enquanto os repasses públicos ao hospital permaneceram praticamente inalterados entre 2021 e 2024, segundo dados do fluxo de caixa de dezembro de cada ano.

A secretária de saúde afirma que hoje há um déficit de 500 a 1000 leitos na Capital. “Nós temos um aumento de uma demanda, somos a Capital do trauma, aumentou o número de casos de síndrome respiratório. Estamos já conversando com outros dois hospitais filantrópicos, que já sinalizaram que conseguem abrir leitos. A gente já tem que ver a precificação e o Estado está nos ajudando nisso. O hospital do Pênfigo e o Hospital do Câncer já sinalizaram a ampliação de leitos, mas é leitos para determinadas especialidades”, finalizou.

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