Protesto cobra prisão de suspeitos pela morte de jovem no Caiobá
Para a reportagem, mãe da vítima disse que ele foi agredido por 10 pessoas antes do atropelamento

Um mês após a morte de Vandermarcio Gomes da Silva Júnior, de 22 anos, atropelado e arrastado por cerca de quatro metros após sair do trabalho, familiares fizeram protesto para cobrar respostas da polícia e justiça pelo crime, que aconteceu no dia 25 de maio, no Bairro Portal Caiobá, em Campo Grande.
RESUMO
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No fim da tarde deste domingo (29), cerca de 30 pessoas se reuniram na Avenida Cachoeira do Campo, onde o jovem foi encontrado já sem vida. O caso foi registrado como homicídio qualificado. Conforme registrado na época, o rapaz foi socorrido em estado grave, mas morreu horas depois na Santa Casa.
A mãe de Vandermarcio, Elenita Alves dos Anjos, disse que testemunhas contaram que o filho foi espancado antes de ser atropelado. “Meu filho era trabalhador, todo mundo gostava dele. Não fazia mal para ninguém. Naquele dia, saiu do serviço e foi jogar sinuca com um amigo. Dois rapazes chegaram desligando a moto do amigo, porque tinham rixa. Meu filho reagiu em luta com os dois. O amigo correu e deixou ele sozinho.”

Segundo ela, um grupo supostamente teria agredido o filho antes do atropelamento que resultou na morte. “Veio mais oito [pessoas] em cima dele. Depois, mais três que estavam no carro jogaram o carro em cima dele, saiu arrastando quatro metros e deixou o carro em cima porque estragou", disse. "[...] Meu filho ficou agonizando lá e ninguém fez nada. As pessoas ficaram filmando, em vez de pedir socorro.”
Ainda conforme testemunhas ouvidas pela mãe, o desentendimento não era com Vandermarcio. “[...] Era com o amigo dele, que foi ameaçado de morte. Meu filho foi salvar a vida dele, mas ele correu e se escondeu. Meu filho saiu morto daqui por conta dele", diz.
Emocionada, ela disse que está sem dormir e cobra respostas da investigação. “Preciso de calmantes para conseguir descansar. Penso no meu guri o dia todo. E agora, não adianta prender se depois vão soltar. Já fui duas vezes na delegacia. Eles mandam sentar, esperar, depois falam que estão ocupados. Não falam nada para mim, não sei o que eles estão fazendo para prender os culpados".
Sobre a perícia no carro, Elenita relatou revolta e frustração: “Quando o carro foi jogado em cima do meu guri, várias pessoas mexeram no veículo, pegaram no carro, como se fosse um acidente qualquer. O bombeiro falou isso na hora. Todo mundo pegou no carro, atrapalhou a perícia. A polícia não recolheu as digitais de quem tocou no carro, não investigou direito. Isso prejudicou tudo", assegura.

Além de Elenita, Lucineia Jacob, operadora de caixa e amiga da mãe, participou do ato. “O que fizeram com o filho dela foi muita crueldade. Eu garanto, se não for aqui na terra, vai ser divina. É revoltante, nem uma mãe merece passar por isso. Eu também sou mãe, imagino a dor que ela carrega. Mesmo se prenderem, não vai trazer ele de volta.”
O tio do jovem, Ageu Gonçalves, 40 de idade, também pediu justiça. “Ele era trabalhador, tinha sonhos como qualquer jovem. Trabalhava dia e noite, sempre na correria. Até agora nada, mesmo tendo filmagem e testemunha. Queremos justiça da terra também, não só a de Deus. Aqui no Caiobá, muitos jovens já morreram e ficou por isso mesmo. Não queremos silêncio, queremos atitude.”
Entenda - Conforme boletim de ocorrência, a equipe policial foi acionada para atender a ocorrência e, ao chegar no local, se deparou com a vítima gravemente ferida. O rapaz foi socorrido pela equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Segundo as informações, o veículo envolvido foi um Volkswagen Gol, cujo condutor não foi identificado, pois fugiu após o atropelamento. Vandermarcio ficou preso sob o carro e foi arrastado por mais de quatro metros, até que o veículo parasse completamente. A vítima foi levada inconsciente e entubada para o hospital, onde foi internada na área vermelha. No entanto, por volta das 7h, Vandermarcio não resistiu aos ferimentos e faleceu, conforme informou sua irmã à polícia.
Durante a perícia realizada no local, foi constatado que no interior do carro, especificamente no assoalho dianteiro do lado direito, havia garrafa de vodca e de energético. As bebidas permaneceram dentro do veículo, que foi removido ao pátio do Detran (Departamento Estadual de Trânsito).
A polícia apurou ainda que, momentos antes do atropelamento, Vandermarcio se envolveu em briga com um casal, numa conveniência nas proximidades. A suspeita é de que, após o desentendimento, o casal tenha usado o veículo para atropelar a vítima de forma intencional, fugindo logo em seguida.
Equipes do GOI (Grupo de Operações e Investigações) realizaram buscas na região, mas até o momento ninguém foi localizado.
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