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Protesto cobra prisão de suspeitos pela morte de jovem no Caiobá

Para a reportagem, mãe da vítima disse que ele foi agredido por 10 pessoas antes do atropelamento

Por Gustavo Bonotto e Gabi Cenciarelli | 29/06/2025 18:30
Protesto cobra prisão de suspeitos pela morte de jovem no Caiobá
Mãe de Vandermarcio segura cartaz com a foto do filho, atropelado em maio, no Caiobá. (Foto: Marcos Maluf)

Um mês após a morte de Vandermarcio Gomes da Silva Júnior, de 22 anos, atropelado e arrastado por cerca de quatro metros após sair do trabalho, familiares fizeram protesto para cobrar respostas da polícia e justiça pelo crime, que aconteceu no dia 25 de maio, no Bairro Portal Caiobá, em Campo Grande.

RESUMO

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Familiares e amigos protestaram um mês após a morte de Vandermarcio Gomes da Silva Júnior, de 22 anos, em Campo Grande. O jovem foi atropelado e arrastado por quatro metros no dia 25 de maio, após sair do trabalho no Bairro Portal Caiobá. A mãe da vítima, Elenita Alves dos Anjos, alega que o filho foi espancado por um grupo de pessoas antes de ser atropelado por um veículo Gol, cujo motorista fugiu do local.Testemunhas relataram à mãe que Vandermarcio teria se envolvido em uma briga para defender um amigo, que estava sendo ameaçado. A polícia investiga o caso como homicídio qualificado e busca os responsáveis pelo crime. No veículo abandonado, foram encontradas garrafas de bebida alcoólica. A família cobra respostas das autoridades e pede justiça pela morte do jovem.

No fim da tarde deste domingo (29), cerca de 30 pessoas se reuniram na Avenida Cachoeira do Campo, onde o jovem foi encontrado já sem vida. O caso foi registrado como homicídio qualificado. Conforme registrado na época, o rapaz foi socorrido em estado grave, mas morreu horas depois na Santa Casa.

A mãe de Vandermarcio, Elenita Alves dos Anjos, disse que testemunhas contaram que o filho foi espancado antes de ser atropelado. “Meu filho era trabalhador, todo mundo gostava dele. Não fazia mal para ninguém. Naquele dia, saiu do serviço e foi jogar sinuca com um amigo. Dois rapazes chegaram desligando a moto do amigo, porque tinham rixa. Meu filho reagiu em luta com os dois. O amigo correu e deixou ele sozinho.”

Protesto cobra prisão de suspeitos pela morte de jovem no Caiobá
Elenita disse que filho foi agredido por cerca de 10 pessoas antes de ser atropelado. (Foto: Marcos Maluf)

Segundo ela, um grupo supostamente teria agredido o filho antes do atropelamento que resultou na morte. “Veio mais oito [pessoas] em cima dele. Depois, mais três que estavam no carro jogaram o carro em cima dele, saiu arrastando quatro metros e deixou o carro em cima porque estragou", disse. "[...] Meu filho ficou agonizando lá e ninguém fez nada. As pessoas ficaram filmando, em vez de pedir socorro.”

Ainda conforme testemunhas ouvidas pela mãe, o desentendimento não era com Vandermarcio. “[...] Era com o amigo dele, que foi ameaçado de morte. Meu filho foi salvar a vida dele, mas ele correu e se escondeu. Meu filho saiu morto daqui por conta dele", diz.

Emocionada, ela disse que está sem dormir e cobra respostas da investigação. “Preciso de calmantes para conseguir descansar. Penso no meu guri o dia todo. E agora, não adianta prender se depois vão soltar. Já fui duas vezes na delegacia. Eles mandam sentar, esperar, depois falam que estão ocupados. Não falam nada para mim, não sei o que eles estão fazendo para prender os culpados".

Sobre a perícia no carro, Elenita relatou revolta e frustração: “Quando o carro foi jogado em cima do meu guri, várias pessoas mexeram no veículo, pegaram no carro, como se fosse um acidente qualquer. O bombeiro falou isso na hora. Todo mundo pegou no carro, atrapalhou a perícia. A polícia não recolheu as digitais de quem tocou no carro, não investigou direito. Isso prejudicou tudo", assegura.

Protesto cobra prisão de suspeitos pela morte de jovem no Caiobá
Manifestantes seguram cartazes enquanto clamam por justiça pela morte de Vandermarcio. (Foto: Marcos Maluf)

Além de Elenita, Lucineia Jacob, operadora de caixa e amiga da mãe, participou do ato. “O que fizeram com o filho dela foi muita crueldade. Eu garanto, se não for aqui na terra, vai ser divina. É revoltante, nem uma mãe merece passar por isso. Eu também sou mãe, imagino a dor que ela carrega. Mesmo se prenderem, não vai trazer ele de volta.”

O tio do jovem, Ageu Gonçalves, 40 de idade, também pediu justiça. “Ele era trabalhador, tinha sonhos como qualquer jovem. Trabalhava dia e noite, sempre na correria. Até agora nada, mesmo tendo filmagem e testemunha. Queremos justiça da terra também, não só a de Deus. Aqui no Caiobá, muitos jovens já morreram e ficou por isso mesmo. Não queremos silêncio, queremos atitude.”

Protesto cobra prisão de suspeitos pela morte de jovem no Caiobá
Entre as fotos, está Vandermarcio enquanto criança. (Foto: Marcos Maluf)

Entenda - Conforme boletim de ocorrência, a equipe policial foi acionada para atender a ocorrência e, ao chegar no local, se deparou com a vítima gravemente ferida. O rapaz foi socorrido pela equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

Segundo as informações, o veículo envolvido foi um Volkswagen Gol, cujo condutor não foi identificado, pois fugiu após o atropelamento. Vandermarcio ficou preso sob o carro e foi arrastado por mais de quatro metros, até que o veículo parasse completamente. A vítima foi levada inconsciente e entubada para o hospital, onde foi internada na área vermelha. No entanto, por volta das 7h, Vandermarcio não resistiu aos ferimentos e faleceu, conforme informou sua irmã à polícia.

Durante a perícia realizada no local, foi constatado que no interior do carro, especificamente no assoalho dianteiro do lado direito, havia garrafa de vodca e de energético. As bebidas permaneceram dentro do veículo, que foi removido ao pátio do Detran (Departamento Estadual de Trânsito).

A polícia apurou ainda que, momentos antes do atropelamento, Vandermarcio se envolveu em briga com um casal, numa conveniência nas proximidades. A suspeita é de que, após o desentendimento, o casal tenha usado o veículo para atropelar a vítima de forma intencional, fugindo logo em seguida.

Equipes do GOI (Grupo de Operações e Investigações) realizaram buscas na região, mas até o momento ninguém foi localizado.

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