Testemunhas do caso Rayane são ouvidas e réu interrogado nesta sexta
Foram ouvidas nesta sexta-feira (29) nove testemunhas da morte Rayane de Amorim Piccelli Pereira, de 6 anos, que foi atropelada no dia 28 de fevereiro, no bairro Tarsila do Amaral, em Campo Grande. O juiz Alexandre Ito garantiu que a decisão sobre o andamento do processo acontece no mês de julho.
A menina foi atropelada propositalmente pelo traficante Magno Henrique Martins. Ele fugia de equipes da Polícia Civil em uma motocicleta, enquanto a criança voltava da escola. Na denúncia do Ministério Público, o motivo do atropelamento foi torpe, pois ele ocorreu motivado pela fuga, além de ter se repetido instantes depois, caracterizando também crueldade.
Além das testemunhas ouvidas, o Magno também foi interrogado durante a audiência e afirmou que, momentos antes do crime acontecer, estava na casa da irmã e saiu para buscar seus dois filhos no colégio, quando percebeu que estava sendo perseguido por um carro preto que, segundo ele, não teria identificação da Polícia Civil.
Com isso, o acusado diz que os policiais atiraram para cima, mas continuou fugindo. Em seguida, ele afirma ter visto as crianças e que tentou desviar, mas por conta de um buraco na rua sem asfalto, ele não conseguiu.
Ainda de acordo com o réu, os policiais continuaram atirando e ele só parou a motocicleta quando foi fechado por um ônibus e teve seu pneu acertado por um dos disparos. Ele também confessou não ter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e que, apesar de alegar que ele estava indo buscar seus filhos no colégio, o não tinha capacete para passageiros.
Duas testemunhas de defesa não foram ouvidas por desistência do defensor do réu. Já a criança que estava junto com Rayane no acidente foi dispensada pelo Ministério Público, com o objetivo de preservá-la.
Ao final da audiência, o juiz responsável pelo caso, Alexandre Ito, disse que vai aguardar as alegações finais das partes por escrito e garante que o processo já está pronto para ser decidido se vai a Júri ou não, não havendo mais a necessidade de realizar audiências.